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Para viver de amor, segundo Rosalina

Por Cláudia Chaves
Especial para o Correio da Manhã

Desde Oscarito e Grande Otelo, Romeu e Julieta, o amor impossível e eterno serve a todo tipo de adaptação. Paródia, ópera, peça, poema, filme são desenvolvidos há 500 anos, para mostrar os sentimentos, os desencontros. Em “Romeu & Julieta (e Rosalina)”, Gustavo Pinheiro desenvolve uma nova trama, puxando um fio inusitado, o que funciona muito bem, dentro da nova linguagem (monólogo realizado no palco e transmitido pela plataforma Zoom).

Em “Romeu & Julieta (e Rosalina)”, é Rosalina quem nos conta a sua divertida e emocionante versão dos acontecimentos, passando por temas, tais como: sororidade, independência, liberdade e solidão. Júlia Rabello, a Rosalina, enfrenta os acontecimentos e tenta fazer o famoso “do limão uma limonada”. Era ela que Romeu foi procurar no baile.

A interpretação de Júlia é leve, com o tempo correto da comédia que o texto pede. “Romeu e Julieta” virou o ideal de amor romântico no imaginário coletivo, mas não prestamos atenção que a linda história de amor aconteceu num período de menos de cinco dias, ou seja, eles se apaixonaram, relacionaram-se, casaram-se e mataram-se em menos de uma semana! Acho que é mais uma história de dois impulsivos e temperamentais do que uma história de amor, né?”, diz Júlia Rabello.

“Há algum tempo, eu e Júlia pensamos em fazer um trabalho juntos. Sou grande admirador da mulher que ela é, da sua personalidade e do seu temperamento como atriz.

Temos um humor meio parecido, e é nessa frequência que a gente se entende. Quando comentei a ideia da Rosalina, ela curtiu: foi uma alegria! Quis a vida que a montagem acontecesse agora, durante a pandemia. Coincidentemente (coincidências existem?), pouca gente repara que “Romeu e Julieta” também se passou durante uma pandemia de peste que assolava a Itália”, afirma o autor.

É dessa combinação de par perfeito entre autor e atriz, que a peça ganha momentos de muita eficiência, sobretudo quando se fala dos problemas atuais. Contudo, o terceiro, o diretor Fernando Philbert, consegue destacar os ótimos elementos escritos por Gustavo e conseguir com Júlia uma atuação que consegue nos divertir e fazer pensar. E o que uma plateia precisa mais?

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