Os vampiros eleitorais

Os vampiros eleitorais

Por Cláudio Magnavita*

O presidente Jair Bolsonaro está cercado de vampiros eleitorais. São ministros e dirigentes mais preocupados com a sua própria reeleição do que com o projeto de renovação de mandato do próprio presidente.

Em 2019, tínhamos um presidente forte cercado por ministros fracos. Hoje, a balança muda um pouco. São ministros que se acham fortes com um presidente com a popularidade em queda. Raramente citam o presidente e fazem sua agenda pessoal esperando o sucesso nas urnas em 2022.
Pecam em achar que o jogo está jogado. Ele só termina quando acaba e tem muita água para passar debaixo da ponte.

Outro vampiro eleitoral foi o ex-presidente Michel Temer. Posou de bom samaritano para acabar com a crise e, em ato contínuo, colocou sua campanha na rua. Basta olhar as suas redes sociais e ver a peças feitas por Elsinho Mouco. Apresenta um Temer antenado e risonho. O jantar na casa de Nagi Nahas foi um escárnio.
Na mesa, estava o presidente do PSD, Gilberto Kassab que articula a chapa Temer/Rodrigo Pacheco. Tudo ungido pelo lobby libanês para colocar o patrício de volta no Planalto.

Na prática, Bolsonaro está sendo usado como escada por pessoas de dentro e de fora.

O Brasil superou os Estados Unidos em doses de vacina aplicadas. Chegamos a setembro de 2021 superando as previsões mais otimistas. As fronteiras europeias já começam a ser abertas para brasileiros. Estamos deixando de ser párias no combate a Covid.

O ex-presidente Lula volta a insistir no controle da mídia, apavorando a mídia de oposição a Bolsonaro, que por mais raivoso que esteja, nunca propôs a censura e controle dos veículos de imprensa. Ressurge também os passivo jurídico de Lula.

Bolsonaro já havia dito que não pensava em reeleição. Imaginem o cenário se ele resolve não disputar em 2022?

Cresce a hipótese de a eleição presidencial ser completamente diferente do cenário que foi antecipado. Um registro: o general Hamilton Mourão pode estar muito mais próximo de Bolsonaro do que é sinalizado.

O problema real são os vampiros eleitorais que querem sugar até a última gota do governo em benefício próprio.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã