Cerca de 400 famílias quilombolas ficam isoladas após temporal em Goiás

As chuvas de final de ano, que castigam a Bahia, também fazem estrago em Goiás. Na cidade de Cavalcante, a 512 km de Goiânia, ao menos 400 famílias quilombolas de seis comunidades estão isoladas em razão de um temporal que começou na sexta-feira (24) e que persiste.

A enxurrada abriu uma cratera na GO-118 -um dos principais acessos a essas comunidades- e destruiu a ponte que leva à maior de todas, a Vão de Almas.

"São cerca de 230 famílias isoladas só nesta comunidade quilombola", afirmou a reportagem o chefe de gabinete do prefeito Vilmar Kalunga (PSB), Sérgio Marcos Moreira dos Santos.

De acordo com Santos, a cratera na GO-118 foi aberta na sexta-feira (24) durante as chuvas, que continuam nesta segunda-feira (27). A prefeitura busca agora ajuda da Defesa Civil e pretende recorrer ao Exército para levar assistência aos quilombolas.

Santos afirma que a maior preocupação agora é levar alimento a essas famílias.

"Eles estão sem alimentação. Mas se alguém tiver alguma urgência de saúde, como mordida de cobra, essa pessoa não chega aqui", diz Santos. "Cavalcante é a quarto maior cidade em território de Goiás", diz ele, mas tem apenas 11 km de estradas pavimentadas.

Além da via interditada e das estradas de chão batido, outra alternativa é chegar aos quilombos por meio de canoa, mas "os rios estão muito cheios", afirma.

O prefeito divulgou hoje comunicado declarando estado de calamidade.

"A situação não está fácil", afirmou Kalunga.

"Precisamos do apoio do governo federal e do governo estadual. Meu apelo a todos vocês governantes: Cavalcante precisa de ajuda.".

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e o presidente da Goinfra (Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte), Pedro Sales, prometeram visitar a região na tarde de hoje para vistoriar a interdição da GO-118.