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PF prende empresário suspeito de mandar incendiar helicópteros do Ibama

Por: Leonardo Augusto 

Um empresário de Goiânia foi preso pela Polícia Federal suspeito de ter mandado incendiar dois helicópteros do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) em Manaus na madrugada do último dia 24.

O empresário, identificado como Aparecido Naves Júnior, teria envolvimento com garimpo ilegal na região Norte do país. Ele foi preso na casa em que mora na capital goiana dentro da operação Acauã, deflagrada nesta quarta-feira (2) pela Polícia Federal.

As aeronaves incendiadas estavam em aeródromo de Manaus e eram utilizadas pelo instituto no combate a garimpos ilegais em Roraima. O empresário é investigado por incêndio, dano qualificado e associação criminosa.

Uma das aeronaves foi completamente destruída. A outra teve danos parciais, segundo a PF. A corporação já havia prendido na semana passada outras cinco pessoas suspeitas de participação no incêndio.

Os detidos são dois homens que teriam colocado fogo nas aeronaves, o condutor do veículo que os levou até o aeródromo e duas pessoas apontadas como encarregadas de planejar o incêndio.

A prisão em Goiânia foi possível depois que três dos envolvidos na queima dos helicópteros confessaram a participação no crime e reconheceram o empresário como o suposto autor intelectual do incêndio. Naves Júnior será transferido para Manaus.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa do empresário.

O nome dado à operação, Acauã, se refere a um falcão que habita a Amazônia e tem habilidade para caça –serpentes são as suas principais presas. Segundo a PF, no folclore amazonense, diz-se que os gritos do Acauã prenunciam a chegada de forasteiros.

Outra operação policial destruiu em novembro do ano passado 69 embarcações utilizadas para garimpo ilegal no rio Madeira. Agentes do Ibama participaram da ação.

Não é a primeira vez que o órgão é alvo de ataques. Em 2020, um agente do instituto foi agredido com uma garrafada no rosto após uma operação contra desmatamento na Amazônia, no estado do Pará. Durante a operação, fiscais queimaram três caminhões e dois tratores usados para a retirada ilegal de madeira e apreenderam um caminhão.

Quando deixaram a área, pessoas no local queimaram uma ponte e cercaram o veículo apreendido. Após uma discussão entre um fiscal e um dos presentes, um homem jogou uma garrafa no agente.

Já em 2017, em retaliação a uma operação contra garimpo, homens armados invadiram e queimaram os escritórios do Ibama, do Incra e do ICMBio em Humaitá, no sul do Amazonas.

Ameaçados, os servidores fugiram de suas casas para se abrigar no quartel do Exército.
Sob o governo Bolsonaro, o Ibama vem sofrendo cortes de verbas e limitações em sua capacidade de fiscalização. A aplicação dos chamados termos de embargo despencou 60% nos seis primeiros meses de 2020 em relação ao mesmo período de 2019.

Em maio do ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) afastou do cargo Eduardo Bim, então presidente do órgão, no âmbito da operação Akuanduba. A ação investiga a edição de um despacho pelo Ibama, em 2020, que teria permitido a exportação de produtos florestais sem a necessidade de emissão de autorizações.

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