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Operações policiais na cracolândia vão continuar, diz Rodrigo Garcia

Por: Mariana Zylberkan 

O governador de São Paulo e pré-candidato à eleição, Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (25) que as operações policiais para conter a formação da cracolândia, no centro de São Paulo, vão continuar.

Em duas semanas, Polícia Civil, Polícia Militar e GCM (Guarda Civil Metropolitana) realizaram duas ações para dispersar usuários e traficantes nas últimas semanas. Ao todo, 16 pessoas foram presas.

Os policiais prenderam cinco pessoas na primeira ação, realizada no último dia 11 na praça Princesa Isabel, e 11 na quinta-feira (19), na rua Doutor Frederico Steidel.

De acordo com o governador, a Polícia Civil tem realizado "um grande processo de investigação com muitas prisões efetuadas e outras em andamento. Novas operações policiais vão ocorrer", disse durante anúncio de um programa de saúde no Hospital Brigadeiro, na região central de São Paulo.

Garcia também ressaltou que houve aumento na procura por tratamento de saúde entre usuários de drogas após "a diminuição do fluxo e dispersão dos dependentes químicos".

A Folha de S.Paulo mostrou nesta terça-feira (24) que a dispersão de usuários de drogas pelas ruas do centro tornou mais difícil a ação das equipes de abordagem. O diagnóstico foi relatado em documento enviado à gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) após a primeira ação policial. O relatório foi elaborado pela organização social Associação Comunitária São Mateus, contratada pela administração municipal para prestar serviço de assistência social na região central.

Em relação à morte do usuário Raimundo Nonato Fonseca Júnior, 32, baleado por um policial civil na avenida Rio Branco no dia seguinte à primeira ação, o governador disse se tratar de uma exceção do trabalho policial que deve ser lamentada. "No mesmo dia os policiais se apresentaram", declarou

A feira de drogas ao ar livre continua a funcionar na rua Helvétia, onde os frequentadores da cracolândia se instalaram desde a última quinta-feira.

Imagens registradas pela reportagem nesta terça-feira (24) mostram traficantes pesando pedras de crack e porções de maconha em balanças de precisão. Caixotes de madeira são usados como apoio.

Os traficantes comem as marmitas distribuídas por entidades sociais aos usuários enquanto vendem as drogas. A feira do rolo em que usuários trocam roupas e qualquer tipo de objeto pelo crack, também continua em funcionamento.

Na cracolândia, continua também a venda de itens como cigarros, garrafas de aguardente e isqueiros em barracas improvisadas em cima de caixotes.

Vizinhos da rua Helvétia têm relatado aumento de casos de furtos e roubos após a chegada dos usuários. Moradores da região realizaram um protesto no último sábado (21) para chamar atenção das autoridades em relação ao problema.

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