Atendimento a usuários da cracolândia aumentou 25% após operações, diz prefeitura

Por: Mariana Zylberkan

O atendimento a usuários de drogas que frequentam a cracolândia teve aumento de 25% em maio em comparação com o mês anterior, segundo a Prefeitura de São Paulo. O período coincide com o início das operações policiais para prender traficantes e dispersar dependentes químicos no centro da cidade.

Em maio, foram registrados 166 encaminhamentos ao serviço municipal especializado em tratamento de uso abusivo de drogas, o Siat II (Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica). No mês anterior, foram 133, segundo dados do município.

De acordo com a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), o aumento de atendimentos é resultado da dispersão de frequentadores da cracolândia após ação policial na praça Princesa Isabel, há um mês. "As ações de dispersão têm gerado um aumento na busca de tratamento em saúde por dependentes químicos em situação de vulnerabilidade", informou a prefeitura em nota.

No mesmo mês, houve também mais pessoas atendidas na unidade do Caps, serviço ambulatorial de saúde para dependentes químicos, da praça Princesa Isabel. Entre abril e maio, o aumento foi de 5,2%, segundo a prefeitura, de 580 atendimentos para 610.

Na unidade emergencial ao Siat na rua Helvétia, onde a cracolândia se fixou após as operações, foram feitas 4.558 abordagens em 15 dias. Segundo os dados oficiais, houve 39 encaminhamentos para unidades do Siat II, 64 para Caps IV e 857 atendimentos de saúde.

Em nota, a prefeitura afirmou que o aumento na procura por atendimentos teve início em março durante o que chamou de primeira onda de dispersão, quando os frequentadores deixaram a praça Júlio Prestes. A desocupação da praça Princesa Isabel deu início à segunda onda de dispersão, segundo a administração. Equipes de abordagem da Secretaria Municipal da Saúde informaram que, entre janeiro e maio, os encaminhamentos aumentaram mais de seis vezes, de 27 pessoas para 166 usuários abusivos de álcool e outras drogas.