Coluna Magnavita - Em plena crise aérea, Anac só tem dirigentes substitutos



Na semana passada, no dia 19 de março, venceu o mandato do presidente Ricardo Botelho e o do diretor Ricardo Bezerra, e a agência ficou na mão de um único diretor com mandato, Juliano Noman.

O último dos moicanos: Noman assumiu automaticamente como diretor da agência, e três superintendentes passaram a ser diretores substitutos: Ricardo Catanant, Tiago Pereira e Rafael Botelho Faria.

A nova lei que regulamenta a agência criou a figura temporária de diretor substituto, para que haja quórum nos processos de decisão. É legal.

O que tem deixado o mercado sobressaltado foi a incapacidade do governo de nomear, com aprovação do Senado, novos diretores, já que os mandatos estavam terminando e a vacância ocorreu em plena crise do setor.

Um diretor com mandato tem um outro poder decisório e é diferente de um superintendente, que teoricamente retorna a seu cargo após a nomeação do titular e pode sofrer represálias por atitudes tomadas como diretor interino.

Para um especialista do setor, esta possível fragilidade não deveria ocorrer no cenário atual, principalmente para um país que depende do modal aéreo.


Já foi tarde

O ex-presidente José Ricardo Botelho trabalhou para ser indicado como representante do Brasil na Organização Mundial de Aviação, com sede no Canadá, após o vencimento do seu mandato.

A tentativa foi frustrada. Botelho colecionou inimigos poderosos e chegou a peitar o ministro da Infraestrutura Tarcisio de Freitas na distribuição dos slots da Avianca em Congonhas.

Nome de consenso

Um dos nomes que o setor torce para emplacar na agência é o do comandante Miguel Dau, fundador da Azul, ex-administrador judicial da Varig e hoje diretor da Gru Air Port.

Dau goza de prestígio não apenas na aviação civil, como também na militar. Foi piloto de caça, e muitos colegas de turma hoje são brigadeiros e ocupam postos elevados na Aeronáutica.