Secretário da Polícia Civil pede exoneração

Conforme adiantado ontem pelo Correio da Manhã o secretário de Polícia Civil, Marcus Vinícius de Almeida Braga decidiu realmente deixar o Governo e entregou a sua carta de pedido de exoneração com o seguinte teor :


Exmo Governador Wilson Witzel,

Me dirijo a Vossa Excelência, respeitosamente, para pedir nesta data minha exoneração do cargo de Secretário de Estado da Polícia Civil. Agradeço profundamente a Vossa Excelência pelos avanços que em um ano e cinco meses foram promovidos na Polícia Civil.

Com o fim da Secretaria de Segurança Pública, no seu Governo, a investigação criminal no nosso Estado atingiu a patamares sem precedentes na história , sendo-lhe assegurada absoluta autonomia, tanto na condução das investigações como na escolha daqueles em cargos de chefia e direção. Órgãos que por razões políticas, como a inteligência, Draco e CGU não estavam na estrutura da Polícia Civil retornaram.

No um ano e cinco meses que estive a frente da instituição promovemos ampla reestruturação interna, bem como combate incessante às organizações criminosas que atuam em nosso Estado. Estabelecemos níveis de parcerias sem precedentes com o Ministério Público, Polícia Militar e SEap, no interesse da segurança pública e da investigação criminal que resultaram no melhor cenário dos indicadores criminais em décadas.

Não poderia deixar de agradecer a todos os policiais civis do Rio de Janeiro, que diariamente arriscam as suas vidas na defesa da nossa sociedade, mesmo sem o o reconhecimento proporcional aos resultados alcançados por parte dela.

Há muito o que fazer ainda, mas me despeço serenamente, profundamente agradecido a Vossa Excelência pela oportunidade ímpar e na certeza de que as sementes foram plantadas para os avanços que ainda virão.

Marcus Vinicius de Almeida Braga.
Delegado de Polícia

 

Considerado um profissional sério é muito respeitado na Policia Civil o delegado Marcus Vinicius escreveu na carta um trecho que chama a atenção : “Órgãos que por razões políticas, como a inteligência, Draco e CGU não estavam na estrutura da Polícia Civil retornaram.”

Entre os descontentamentos do Secretário, a cobrança sistemática pelo Governador por informações antecipadas, como a requisição do Cartório na véspera da Operação Placebo, o que indicaria existência de uma ação da PF.

Ao citar a inteligência e a DRACO, agora livres de interferência polícia, demonstra que os dois órgãos estarão atuando sem influência dos dirigentes políticos do estado. “Ele decidiu sai para preservar o seu currículo” revela fonte ligada ao Palácio Guanabara .