Setor de turismo registra prejuízo de R$ 207,85 bilhões

A crise provocada pela pandemia de covid-19 fez com que o setor de turismo perdesse 49,9 mil estabelecimentos, com vínculos empregatícios, entre março e agosto deste ano, segundo  a Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC). O saldo negativo no período equivale a 16,7% do número de empresas com vínculos empregatícios nestas atividades verificados antes da pandemia.

Para a CNC, o surto de covid-19 afetou empreendimentos de todos os portes, mas os que mais sofreram perdas foram os micro (29,2 mil) e pequenos (19,1 mil) negócios. Regionalmente, os estados e o Distrito Federal registraram redução no número de unidades ofertantes de serviços turísticos, com maior incidência em São Paulo (15,2 mil), Minas Gerais (5,4 mil), Rio de Janeiro (4,5 mil) e Paraná (3,8 mil).

De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a maior parte das atividades que compõem o turismo brasileiro permanece ainda sem perspectiva de recuperação significativa nos próximos meses, principalmente em virtude do caráter não essencial do consumo desses serviços. “A aversão de consumidores e empresas à demanda, somada ao rígido protocolo que envolve a prestação de serviços dessa natureza, tende a retardar a retomada do setor”, disse Tadros, em nota.

Todos os segmentos turísticos acusaram saldos negativos nos últimos seis meses, com destaque para os serviços de alimentação fora do domicílio, como bares e restaurantes (39,5 mil), e os de hospedagem em hotéis, pousadas e similares (5,4 mil) e de transporte rodoviário (1,7 mil). A CNC calcula que, em sete meses (de março a setembro), o turismo no Brasil perdeu R$ 207,85 bilhões. “Mesmo com as perdas ligeiramente menos intensas nos últimos meses, o setor explorou apenas 26% do seu potencial de geração de receitas durante o período”, disse Fabio Bentes, economista da CNC.