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Campanha da ABRATI alerta população para os perigos dos ônibus clandestinos no feriado de 2 de novembro

As mortes nas estradas do Brasil tendem a aumentar em feriados nacionais, ocasiões quando aumentam os fluxos de passageiros nas rodovias de todo o País. Preocupada com a segurança dos cidadãos neste feriadão de finados, no próximo dia 2 de novembro, a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (ABRATI) lança, nesta quarta-feira (28/10), a campanha de conscientização “Sua Vida Vale Mais. Diga Não ao Transporte Clandestino”. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o transporte clandestino é um grande risco para sociedade porque ele mata. O presidente da Abrati, Eduardo Tude, e a conselheira da Associação, Letícia Pineschi, apresentaram, nesta manhã, em coletiva virtual de imprensa, os riscos que representam o transporte irregular e os números de apreensões de ônibus clandestinos em todo o País.

Foram mais de 930 apreensões de ônibus e mais de dois mil Autos de Infração pela ANTT, com mais de 28 mil passageiros restituídos ao transporte regular, em 2020. 

Riscos dos clandestinos: de motoristas despreparados a ônibus sem vistoria

De acordo com a ABRATI, os riscos dos transportes clandestinos são inúmeros, a começar por quem dirige veículos não autorizados pela ANTT, como por exemplo: (1) os antecedentes criminais dos motoristas de ônibus clandestinos não são verificados; (2) eles não têm treinamento para dirigir os equipamentos (Leito Total – LD – e Double Deck), nem treinamento para dirigir à noite ou em grandes distâncias; (4) não contam com alojamentos de descanso adequado e (5) não passam por testes toxicológicos periódicos, aferição alcóolica ou de outros medicamentos pré-jornada. Isso sem falar nos veículos que trafegam em condições precárias e o risco de acidentes nesse tipo de serviço é quatro vezes maior.

“Toda essa irresponsabilidade, não apenas coloca em risco a vida de milhões de passageiros em todo o Brasil, mas também ceifa milhares de vidas de outros viajantes que circulam nas rodovias”, afirma o presidente da Associação, Eduardo Tude. Ao contrário dos motoristas de ônibus clandestinos, os condutores do transporte regular seguem as regras da ANTT e contam com padrões de treinamentos rigorosos, testes toxicológicos contínuos, alojamentos para descanso e têm toda a sua vida pregressa civil e criminal verificada antes de serem contratados. 

Números - Como exemplo de crescimento do transporte rodoviário clandestino, a Abrati alerta para os riscos nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. De acordo com levantamento realizado pelo Setpesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do estado de São Paulo), no estado são realizadas cerca de 6.801 viagens ilegais por mês, totalizando 81.612 por ano. Desse total, 42,5% das viagens ilegais são realizadas apenas por um aplicativo. Se formos considerar o número de passageiros que colocam suas vidas em perigo, os dados são alarmantes. Mais de 684 mil pessoas recorrem por ano a esse transporte irregular para viajar pelas estradas. 

No Rio de Janeiro, de acordo com os números mais recentes divulgados pelo Detro (Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro), somente este ano foram mais de 1.300 veículos irregulares apreendidos e retirados de circulação. Esse número é 108% maior que as apreensões em 2019. Somente em setembro de 2020, foram 141 veículos irregulares e 346 infrações. Entre as irregularidades encontradas estão má conservação dos veículos, a falta de autorização para exercer o transporte de passageiros, documentação irregular, excesso de lotação e ausência de protocolos sanitários contra a disseminação do coronavírus. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) contabiliza 72 veículos apreendidos somente nas estradas fluminenses este ano. 

Condições dos veículos – além de não saber quem está no volante de um clandestino, ninguém faz ideia sobre as verdadeiras condições dos ônibus ilegais. Isso porque esses veículos não são autorizados e não passam por vistorias técnicas, conforme exigem as regras da ANTT. Por isso, quando fiscalizados, são apreendidos e deixam os passageiros na estrada.

“É um tiro no escuro. Você entra no clandestino e não faz ideia se o ônibus pode quebrar e causar algum acidente, não sabe se o motorista está preparado para aquele trajeto. A segurança é zero”, afirma a conselheira da Associação, Letícia Pineschi. 

Além disso, os clandestinos não cumprem protocolos sanitários, comprometendo a saúde de seus passageiros, o que é agravado em um momento de pandemia. 
Mobilização nas rodoviárias

Esta quinta-feira (29) representará o “Dia D” da Campanha, com mobilizações contra o transporte clandestino na internet, na mídia e em terminais rodoviários do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Belém, João Pessoa, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Brasília, São Luís e Recife. Nesses locais, serão realizadas panfletagens e promoção de diálogos ativos com cidadãos voltados à conscientização e proteção dos passageiros. 

Na Rodoviária do Rio (antiga Novo Rio), equipes estarão distribuindo folhetos para os usuários do terminal de 7h às 13h. Até o dia 3 de novembro a rodoviária deve movimentar mais de 138 mil passageiros em função do feriado. A blitz da Abrati ocorrerá de 7h às 13h.

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