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Renovando um mercado tradicional

O mundo jurídico pode ser visto como “quadrado” e burocrático, com seus homens de terno, mulheres de salto alto e expressões complicadas a leigos. Mas essa não é a regra. Principalmente para o novo mundo das lawtechs, ramo da tecnologia jurídica.

O Sem Processo é um exemplo disso. Criada em 2016, no Instituto Gênesis da PUC-Rio, incubadora da Universidade, a startup é uma plataforma de acordos e tem como principal finalidade reduzir processos no Judiciário, otimizar o tempo dos advogados e conter possíveis atritos entre empresas e pessoas.

Sua função é ser um meio de comunicação entre o time jurídico da empresa ré e advogados do autor – normalmente uma pessoa física. Os processos inseridos podem ser subdivididos em dois módulos, o primeiro seria o contencioso, quando o litígio já se encontra em trâmite perante o Tribunal de Justiça. Enquanto o segundo trata-se do módulo pré-contencioso, em que são inseridos os litígios que ainda não foram levados ao Poder Judiciário.

Empresas de diversos segmentos já negociaram com a startup, de bancos à construção civil. E, depois de quatro anos de atuação e inúmeros clientes, o Sem Processo decidiu ir além e caminhar na direção de se tornar um hub jurídico.

Em 2020 foram criados dois novos produtos: o Notificca, uma plataforma de envio de notificação extrajudicial de forma totalmente digital e a LawOp, a primeira plataforma de Legal Operations do Brasil. Esta segunda é a atividade que permite que departamentos jurídicos atendam seu cliente de forma mais eficaz, aplicando práticas comerciais e técnicas à prestação de serviços jurídicos, segundo o Corporante Legal Operations Consortium.

O objetivo é que as empresas iniciem sua operação através da LawOp para fazer um acompanhamento jurídico e, após tomar ciência de processos, o insere na célula de negociação do Sem Processo para chegar a um acordo. Enquanto isso, ter disponível – à parte – o serviço de envio de notificação extrajudicial através do Notificca.

Segundo Cadu Lacerda, sócio da start-up: “A ideia é criar um ecossistema para advogados, fazer com que esses tenham produtos que os auxiliem em toda a jornada processual. Procuramos parceiros além de clientes, departamentos jurídicos e advogados que acreditem na nossa visão de mercado e topem atuar conosco.”, disse.

Este ano, após receber um aporte financeiro, a empresa triplicou o número de funcionários e aumentou o número de clientes rodando casos em suas plataformas. Para 2021, a expectativa é de um crescimento ainda maior com novos produtos e a esperança de estabilização do mercado.

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