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Tecnologia deve ser um instrumento inovador e facilitador para a Justiça

O advogado é e sempre será indispensável no exercício da justiça. Considerada uma das profissões mais tradicionais do mundo, muitos advogados estão provando que a tecnologia é uma grande aliada para a inovação jurídica permitindo adaptar o exercício do direito à nova realidade que estamos vivendo na sociedade. Apesar de alguma resistência, o cenário em 2020/2021, entretanto, parece modificar um pouco. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), em 2017, apontou que 95% dos escritórios de advocacia do país estão abertos às inovações. Inovação já é uma palavra incorporada no cotidiano do século XXI, e com a pandemia de Covid-19, ela se tornou única para muitos empreendimentos.

“Estamos caminhando para uma sociedade cada vez mais complexa e as novas tecnologias exponencializam a advocacia. Vivemos na época de ouro do direito. Um leque de oportunidades se abre para todos. É possível fazer mais com menos, focar o tempo em tarefas de cunho mais cognitivo próprio da formação jurídica, capacitar-se cada vez mais e atender melhor os clientes”, destacou o diretor da AB2L, Daniel Marques.

Muitos advogados relatam que não tem tempo para nada além do trabalho. Reunião atrás de reunião, clientes ligando a todo momento e e-mails que não param de lotar a caixa de entrada. Uma pesquisa com 172 advogados, desenvolvida pela Lawgile em parceria com a AB2L, revela que 60% dos profissionais da área trabalham no final de semana, e 26% dos advogados o fazem frequentemente.

Um terço dos advogados alocados em escritórios responderam que gastam mais de 10h por dia no ofício. Apesar disso, tarefas exclusivas do advogado consomem apenas de 3h a 5h da maioria deles. Ou seja, em muitos casos, mais da metade do dia de trabalho não é focado em serviços de produção intelectual e sim em outros tipos de ocupação.

É o caso de 80% dos advogados que trabalham em empresas: eles gastam mais de uma hora por dia escrevendo e-mails. Desses, quase 30% despendem de mais de três horas. Em atividades improdutivas, a pesquisa revelou que 67% dos advogados que participaram passam mais de 1 hora por dia preenchendo informações sobre o progresso do trabalho em planilhas, timesheet, e-mails etc. São quase três dias inteiros da semana de uma jornada de trabalho padrão de 8 horas por dia, gastando o tempo com assuntos alheios ao serviço essencial da advocacia. A solução para tanta demanda improdutiva? Tecnologia.

“Nós da Lawgile, tivemos a convicção de que a grande maioria dos profissionais gasta boa parte do seu tempo com atividades relacionadas a comunicação e visibilidade dos trabalhos (e-mails, ligações, relatórios, reuniões etc.), que poderiam ser facilmente evitadas com a adoção de metodologias ágeis, como o Scrum e o Kanban, em suas rotinas”, acrescentou Bruno Figueira,  advogado Scrum Master da Lawgile.

“Não faz sentido um advogado dedicar tanto tempo em tarefas que poderiam ser executadas de modo mais simples e sem tantas repetições e retrabalho. A inovação jurídica passa pelo tripé cultura, gestão e tecnologia. Sem essa tríplice aliança muitos processos de transformação são frustrados e tendem ao fracasso. Por isso, tecnologias que ajudam nessa mudança na gestão e na cultura são essenciais para uma advocacia inovadora e disruptiva”, completou Marques, que também é doutorando em Direito, com foco em Ética, Regtech e Inteligência Artificial na UERJ

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