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O melhor filme de 2019

Por João Victor Ferreira

Uma família de classe baixa da Coréia, vê a oportunidade de manipular outra família de classe alta, depois que o seu filho mais velho é indicado para trabalhar no meio de toda essa opulência. O diretor Bong Joon-ho (“Expresso do Amanhã”) já estabelece muito bem, nos primeiros planos, o senso de companheirismo e cooperação da família, chefiada por Ki-taek.

Mesmo em meio às adversidades, eles se ajudam e convivem bem. Imageticamente, no primeiro ato do filme, o diretor estabelece o contraste entre esses dois mundos por meio dos enquadramentos e do design de produção.

Na casa de classe baixa, tudo é pequeno, apertado e sujo: os planos são fechados. O diretor sabe muito bem passar a sensação de ambiente gasto e usado. Quando vamos para a casa rica, temos planos abertos de espaços limpos e grandiosos.

O mérito do roteiro deve ser analisado pela capacidade que o filme tem de mesclar elementos de distintos gêneros, sem perder o tom em nenhum momento: comédia, drama, suspense e até terror.

O grau de imprevisibilidade que ele estabelece, principalmente do meio para o final, cria um senso de urgência e ansiedade no espectador, que mergulha diretamente na história e só fica esperando o que ela tem a dizer. Para além disso, toda a discussão filosófica, ética e social que o roteiro dispõe, aumenta ainda mais as camadas de percepção do filme.

Todas as atuações estão impecáveis. Destaque maior para Song Kang-ho que interpreta um pai de família cansado, mas que ainda assim tem uma malícia e um senso de “eu ainda posso”. A personagem de Yeon-kyo surpreende muito, dentro do clichê do “bobo”, mas é bem feito.

O maior arco dramático está nos ombros do filho mais velho, vivido por Ki-woo que passa todas as camadas do personagem. Parasita é uma obra de arte, muito bem orquestrada. Uma história cheia de camadas que poderia ser contada em qualquer outra mídia. Mas é o primor cinematográfico – técnico e narrativo – que o faz estar no lugar certo e na hora certa.

Nota: 10

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