Coluna Aristóteles Drummond: Energia pragmática

A tecnologia no setor energético é talvez a que mais evolui no momento que vivemos. E as mudanças nos próximos dez anos serão enormes. A Espanha, por exemplo, prevê que, em 2030, três quartos de sua geração elétrica usem fontes renováveis, com custos cada vez mais competitivos com os combustíveis fósseis.

Foi-se o tempo em que a solução poderia vir do melhor desempenho e menor dano ambiental dos motores e geradores. A energia elétrica é o futuro e a geração solar e eólica ocupará grandes espaços, com o hidrogênio, que está bem próximo de equacionar problemas de armazenamento. O uso residencial e rural com auto-geração já se propaga em todo mundo.

O petróleo manterá sua importância nas próximas décadas, mas em declínio inexorável, sofrendo perda substancial de mercado nos próximos quatro a cinco anos. Os países do Golfo já entenderam isso e buscam novas fontes de renda, sendo exemplo a recente venda de ações da Aramco e o investimento no Turismo.

Dentro deste quadro, é realmente mais do que oportuna a venda de ativos da Petrobras, para diminuir seu inacreditável endividamento, feito nos anos loucos do PT. Nossa autossuficiência de petróleo não nos deve enganar diante dos custos de extração bem superiores a de outros grandes produtores.

Igual oportunidade seria a venda de ativos e não da Eletrobras, também com perigoso endividamento, que precisa ainda participar de alguns projetos hidroelétricos de baixo custo para garantir uma desejável retomada do crescimento. E, assim, ajudar a baixar o custo-Brasil, com os portos e os aeroportos a serem mais bem aproveitados. Vender ativos é mais rápido e simples.

Não pode se esperar muito neste momento em que o mundo corre na busca do tempo perdido. A economia tem de ser ágil, acompanhar a tecnologia e contar com quadros afinados com a eficiência na gestão e atualização tecnológica. E menos burocracia.

A Europa, nos próximos anos, tentará recuperar o espaço que perdeu com os anos de políticas indiferentes ao gasto criterioso de recursos. Por um lado, endividou-se e, por outro, viu crescer demais as despesas públicas, empregando e tolerando uma imigração que sobrecarregou seus sistemas de segurança pública e saúde. Além de revelar hostilidade ao capital.

Essa realidade mostra o quanto é irresponsável, diria até que cruel, com as multidões excluídas, a pauta inútil, elitista, baseada em ressentimentos e intolerância dos que desviam governos e povos da rota do desenvolvimento, econômico e social. Não existe felicidade na pobreza, nem liberdade onde se procura impor ou subverter valores, sejam da sociedade ou individuais. A liberdade deve ser também de empreender, de respeitar as leis de mercado, de respeitar o meio ambiente sem promover o atraso.

Energia é progresso e qualidade de vida.