Coluna Magnavita: Duelo por 40 mil vidas

O clima esquentou na polêmica licitação para a escolha do plano de saúde para os 40 mil servidores do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Duas empresas trocaram cartas e notificações extrajudiciais, com ameaças e pesadas acusações mútuas, tornando ainda mais nebuloso o desfecho do certame, que terá grande impacto para os cofres públicos.

O primeiro tiro foi dado pela Gama Saúde, operadora de planos de saúde controlada pela Qualicorp, cujo principal acionista e controlador é outro protagonista nesta confusa licitação, a Rede D’Or de hospitais. Citando nota exclusiva desta coluna que noticiou que a provável vencedora da licitação, a Union Life, havia apresentado a Gama como sua prestadora de serviços, a empresa enviou uma notificação judicial para Union Life, assinada pelo vice-presidente de Operações da Qualicorp, Pablo Meneses.

Na notificação, Meneses exige retratação perante a mídia e que a Union Life informasse imediatamente ao TJ-RJ sobre a ausência de relação contratual entre as empresas. O texto diz que a Union Life estaria tentando se aproveitar da “boa fama” da Gama e a ameaça com requerer reparação por danos morais, materiais e a sua imagem.

A resposta da Union Life não demorou e veio pesada. Em carta enviada ao TJ-RJ, a empresa afirma que a Qualicorp está “manipulando a informação e agindo de má fé” no processo, com o objetivo de gerar prejuízo a ela e provocar o cancelamento da licitação. Chama a atenção ainda para o fato de os dirigentes da Qualicorp, ao atrapalhar deliberadamente processo licitatório, estarem incorrendo no Artigo 337-1 do Código Penal.