Coluna Magnavita: MPs do Rio e SP investigam juntos a empresa da bola de basquete de “ouro”

As compras de itens esportivos realizadas pela Secretaria de Esportes do Rio, na gestão do Secretário Gutemberg Fonseca, alvo da reportagem do jornalista Ruben Berta, no UOL, em 13 de fevereiro de 2022, entre eles bolas de basquetes a R$ 438,00, está tendo desdobramentos que vão muito além do Inquérito Civil 2022.00113733 instaurado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

O Promotor de Justiça, Décio Alonso Gomes, que decretou segredo de justiça para não atrapalhar as investigações, passou a atuar em conjunto com o Ministério Público de São Paulo, investigando a empresa vendedora WR Calçados. O Ministério Público de Minas também foi chamado para a investigação. Segundo o UOL, “a contratação foi feita por meio de um sistema conhecido como ‘carona’. O Governo do Rio aderiu a uma ata de registro de preços homologada em setembro pelo Cindesp (Consórcio Intermunicipal de Inovação e Desenvolvimento do Estado de São Paulo, que reúne 36 municípios do interior paulista. A notoriedade que o caso tomou pela adesão da Secretaria de Esportes do Rio e das reportagens do UOL, da Rede Globo e outros jornais, levou o MP de São Paulo a ingressar no caso e investigar a atuação de Halisson Rodrigo Correia, dono da firma e fornecedor para os municípios.

O Promotor de Justiça, Décio Alonso Gomes, está analisando as conexões de alguns personagens, com outros negócios, não focando exclusivamente no Secretário.

Novos personagens

A compra de material esportivo na gestão de Gutemberg Fonseca denunciada pelo UOL, na reportagem do jornalista Ruben Berta revelou “em 29 de novembro, a coordenadora de Contratos, Licitação e Pregão da Secretaria de Esportes do Rio, Cláudia Oliveira Carneiro de MENEZES, afirmou, em um documento interno, ter achado a ata do Cindesp após uma consulta no Google. No dia seguinte, mesmo sem ainda ter realizado uma pesquisa de preços, a pasta já encaminhou um e-mail para o consórcio pedindo a adesão à ata, para a compra de 43 dos 114 itens.” O e-mail do DGAF anexado na reportagem é explícito: “atendendo ao pedido do Exmo Sr. Secretário de Estado, servimo-nos da presente comunicação para solicitar que seja, AUTORIZADA, na condição de órgão não participante, a adesão à Ata de Registro de Preços.” Provavelmente, para se resguardar, o DGAF deixou claro que atenderia ao pedido de Fonseca.   

A reportagem, ao citar Cláudia Oliveira Carneiro de MENEZES, leva o MPRJ a uma linha de apuração que inclui um novo personagem: José Marcos MENEZES, marido da Cláudia. Ele foi ligado a TransExpert, enrolada caixa-forte de Cabral e está junto com Gutemberg já há algum tempo. Segundo pessoas ligadas a área de comunicação da Prefeitura, na gestão Crivella, ele atuou nas questões administrativas das agências de publicidade. Ele agora tem se apresentado como coordenador da pré-campanha de deputado federal de Gutemberg, visitando empresários e é presença constante na Secretaria de Esportes.