Coluna Magnavita | Pinga-Fogo: Novela do "Chequinho"

VIRA, VIRA, VIRA - A notícia do recolhimento do voto do Ministro Kassio Nunes Marques na sexta foi um capítulo inesperado na "novela do Chequinho" que deixava o ex-governador Garotinho inelegível após o voto do ministro André Mendonça. Os dois ministros indicados pelo Governo Bolsonaro estavam acompanhando o voto de Edson Fachin. Um paradoxo que deixou muita gente importante de orelha em pé.  

VIROU- Depois da pá de cal jogada por André Mendonça, Garotinho estava em uma profunda depressão quando foi alertado da inusitada retirada de voto de Kassio. Algo aconteceu. Erra quem aposta na interferência do presidente Jair Bolsonaro, que se mantém distante de qualquer influência do judiciário e nem estava acompanhando o caso do Garotinho. A pressão sobre Nunes Marques veio do ministro Gilmar Mendes, padrinho do colega novato no STF.

REALINHOU- O Kassio Nunes Marques voltou a ficar sintonizado com Gilmar Mendes, que estava com Covid e em Portugal. Ficou furioso ao ver seu pupilo acompanhar Fachin. Todos esperavam que o voto de André Mendonça acompanhasse Ricardo Lewandowski. O pecado de Nunes Marques seria menor. O voto de Mendonça mudou o cenário e exigiu uma intervenção. As bases para a mudança de voto foram dadas pela assessoria do próprio Gilmar.

PULA, PULA, PULA - Com a virada de mesa, Garotinho inverteu a sua bipolaridade e festejou. "Deus é mais!" Foi o que mais se ouviu ao seu entorno. Dançou e postou nas redes sociais. Alegria não apenas de poder se candidatar, mas por afastar o risco de ser preso. Na prática, o tiraram da boca do jacaré. O TRE-RJ prestes a fechar a mandíbula no seu pescoço do ex-governador.

NÃO MUDA- Durante esta confusão jurídica em torno de Garotinho, muita água passou debaixo da ponte. A aliança Castro/Reis acabou com as dúvidas do União Brasil, que fechou com a reeleição do governador. Garotinho vai ser incentivado a concorrer a deputado federal, para ser o puxador de votos da legenda, e Clarissa concorre a estadual. Disputar o governo contra Castro só se houver uma intervenção nacional no diretório estadual.

AO PÉ DO OUVIDO- Toda a classe política quer saber sobre a conversa de Washington Reis e Garotinho durante três longas horas (há quem diga que foram quatro).