Coluna Magnavita: Prevent Senior, de vilão a quase herói

Resultados fantásticos do uso da cloroquina são eclipsados pelo medo da contrariar os protocolos usados em tempo de paz

Por Cláudio Magnavita*

Eram números, agora são nomes. Estamos vivenciando um momento no qual a tragédia do Covid-19 deixa de ser números, estatísticas e passa a ter nomes e rostos. É a proximidade do vírus mortal que sorrateiramente começa a se infiltrar nos nossos círculos de convivência. É a mesma sensação de um desastre aéreo. Quando caiu o voo Air France 447, que decolou do Rio para Paris, o número assustador de 228 desaparecidos começou a ganhar rosto. Um maestro, um assessor do Prefeito, a filha de um amigo, um casal em lua de mel, enfim a tragédia foi se humanizando e tornando-se mais dolorosa. É exatamente esta fase que estamos vivendo. Isso apavora, deprime, traz sentimento de impotência e a sede de uma solução rápida e verdadeira.

É por isso que a notícia de que os resultados do uso adequado da hidroxicloroquina realizada pela Prevent Senior no Brasil, atacando um dos efeitos mais nocivos da doença, a concentração de ferro no sangue e o seu depósito nos alvéolos dos pulmões precisa ser vista sem preconceitos e deve-se aproveitar os resultados, que são excelentes, sem os entraves burocráticos e morosos de protocolos usados fora dos campos de batalha.

O uso nos primeiros sintomas da doença é extraordinário. Nenhum outro disporia de um universo de mais de 300 pacientes em um ambiente controlado, com a faixa etária de risco e capazes de constatar a eficiência de uma droga, que age igualmente na corrente sanguínea, ao ser usada contra a malária.

Como plano de saúde, a Prevent Senior é paga para curar e não pode, por uma questão fundamental da sua razão de ser, oferecer placebo aos seus associados. Fornece o remédio, com o consentimento dos seus pacientes, internados em ambientes hospitalares de qualidade e monitorados plenamente. Os dados são obtidos na velocidade adequada para tornar universal o tratamento, principalmente quando a sua eficácia se dá nos primeiros sinais da manifestação dos sintomas.

A dose utilizada é a recomendada pelo Ministério da Saúde: dois comprimidos iniciais e um por dia nos três seguintes. Quantos milhares de pessoas usam este remédio para lúpus ou malária no mundo e no dia-a-dia?

A demonização da hidroxicloroquina tem como responsável parte da mídia que se preocupa mais com a polêmica ou em ser porta-voz das reações de pesquisadores, com métodos em tempo de normalidade. Quem esta no front, no meio do tiroteio de uma guerra, ou com um ente querido internado não tem paciência para o blablabá de contra razões. É o eterno conflito entre o eficiente e o eficaz. O primeiro realiza tudo como deve ser feito, passo-a-passo, seguindo a cartilha. O eficaz é direto, faz o que precisa ser feito e gera resultados. No eficiente, os resultados também surgem, mas para milhares pode ser tarde demais.

Temos a sorte de ter o universo controlado da Prevent Senior ao nosso dispor, no meio deste tiroteio de guerra. O hidroxicloroquina, de forma leiga, barra e explosão das hemácias e o derretimento da hemoglobina derramada no sangue. Isso barra o congestionamento dos pulmões.

A rede de hospitais adventistas realizou no dia 13 de abril uma conferência com 12 médicos/pesquisadores da Prevent Senior porque observaram que, nas suas unidades, os pacientes conveniados do plano, que recebiam o tratamento, tinham um índice de resultados positivos muito além do esperado. Sentiram na pele a eficácia do tratamento. Tem sido assim, e o mundo tem se debruçado sobre esta experiência exitosa e adotado um procedimento barato e simples, que salva vidas, muitas vidas. Não há ainda um estudo publicado em uma revista científica, mas os manuscritos vazados na mídia (e qualquer um pode localizar na internet) são extraordinários.

O curioso é que a Prevent Senior foi demonizada até pelo ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, em público. Sofreu pressões da Prefeitura de São Paulo e teve os estudos suspensos equivocadamente pela autoridade que regulamenta a pesquisa. A luz do fim do túnel veio do Conselho Nacional de Medicina que autorizou (e não recomendou) o uso da hidroxicloroquina no país.

Aumentou a tranquilidade dos médicos que estão utilizando exitosamente com os seus pacientes. De vilões, eles estão virando heróis.

O que existe é uma busca planetária para uma cura. O futuro da nossa rotina e qualidade de vida depende deste êxito. Temos no Brasil um tratamento que não é a cura, mas que ajuda ao infectado se livrar do lado mais danoso da Covid-19.

Cabe-nos como jornalistas ter um olhar diferenciado sobre os fatos, onde o efeito manada da mídia não tem coragem de dizer e mostrar um fato novo, recheados por referências sólidas. Ficamos acovardados de mergulhar no novo.

Quantos rostos conhecidos iremos chorar? Quantos amigos e parentes iremos perder em nome de um conhecimento que não esta sendo compartilhado por medo ou preconceito. O verdadeiro visionário é o que enxerga na frente e ajuda universalizar um conhecimento de cura, sem ficar preso à covardia e ao medo de errar. Neste caso, a omissão é mais grave do que um futuro pedido de desculpas.


*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã