Uma série de coincidências coloca o Governador do Rio conectado com o caso da venda de respiradores do Rio e no Pará. Advogado do ex-juiz é também a conexão com a Refit
Estranhas coincidências de WW
A defesa do governador Wilton Witzel no STJ foi feita pela mesma firma de advogados que defende os alvos da operação da Polícia Federal sobre a venda de respiradores no Pará.
O advogado Marco Joaquim Gonçalves Alves defende a turma que foi acusada de ter tido os mesmos problemas também no Rio. As páginas 13 e 14 da peça assinada pelo ministro Falcão, no STJ, e que autorizou a operação contra o governador Helder Barbalho, são totalmente dedicadas à conexão Rio/Pará.
A conexão com réus da saúde
Para um conhecido advogado, é “inacreditável que um ex-juiz federal cometa um erro tão primário, de dividir o mesmo advogado de defesa com réus envolvidos também em possíveis falcatruas no seu próprio governo”
No dia 12 de maio, o dono da MJ ALVES e BURLE assina correspondência ao governador do Pará, prometendo devolver os valores dos respiradores, que, a exemplo do lote do Rio, não serve para pacientes infectados pela covid-19.
Outra terrível coincidência
Este elo comum entre Witzel e MJ, como Marcos Joaquim é conhecido, coloca o governo no centro das operações ligadas à saúde. Ou seja, cria um vínculo direto com os maiores problemas que a Polícia Federal investiga.
A primeira coincidência foi apontada pelo Correio da Manhã na semana passada: Marcos Joaquim é advogado da Refit, maior devedor do estado, que, atendendo um pedido do Governador, doou R$ 20,5 milhões para a Liesa, que, por sua vez, pagou os serviços do camarote do governo na Supucaí.
Agora é tarde ...
O advogado do Witzel, que teria - segundo o site Antagonista- renunciado à defesa do Governador, por problemas éticos de também defender a turma presa no Pará, é especialista em operações da Polícia Federal.
Ele próprio, um dos alvos da operação ProBronos, que, além de penhorar Imoveis de MJ, bloqueou R$ 3 milhões da conta do seu instituto.
Novas coincidências
Marcos Joaquim, no governo do seu cliente WW, teve livre trânsito na Secretaria da Fazenda tentando utilizar precatórios para abater a dívida da Refit, e também tentar parcelamento da dívida para a empresa que está em recuperação judicial. Todas barradas pelo MP.
Ele foi advogado do ex-deputado Eduardo Cunha e ganhou muito relacionamento no MDB, partido do Helder Barbalho e do André Felipe de Oliveira da Silva, suplemente de senador pelo MDB do Distrito Federal, alvo da operação do Rio e no Pará, que hoje é defendido também pelo MJ.
Só pode ter endoidecido!
Estas coincidências colocam Witzel com a difícil tarefa de explicar, já que, como ex-juiz federal, é casado com “experiente” advogada, se saberia o ônus que as conexões de MJ poderiam trazer para a sua delicada situação.
Difícil jogar a responsabilidade nos bagrinhos ou no major PM Edmar Santos, seu ex-secretário de Saúde , quando compartilha o mesmo advogado com os réus conectados com possíveis fraudes na compra de respiradores no Rio e no Pará.
Muito mais que o direito...
Marcos Joaquim não é apenas um advogado. Ele também assume algumas funções de representação dos seus clientes, como foi o caso da Refit, no qual esteve como anfitrião no Carnaval.
No Pará, 18 dias antes de protocolar a defesa de Witzel no STJ, tentava, na esfera administrativa, resolver o problema com devolução de R$ 25 milhões. Uma parte já havia sido bloqueada judicialmente na conta da NSK pelo Pará.
Pedrinho, Helena, Tristão e João Mattos
As conexões envolvendo o uso de contratos com advogados complicaram, esta semana, ainda mais, a vida de Helena Witzel, quando surgiu a cópia de uma revisão dela (pega na impressora de Lucas Tristão), com a empresa do subsecretário de Educação, Mário Jorge .
Como a coluna registrou há algumas semanas, o sumiço de Mário Jorge agora começa-se a compreender, porque o braço direito de Pedrinho Fernandes arrumou as gavetas e pediu para sair a jato. Saiu apavorado e suando frio.
Na íntegra, a tentativa de acordo para devolver os valores ao Governo do Pará
O advogado assina a proposta de devolução dos valores do Pará, em carta ao governador Helder Barbalho, 18 dias antes do seu escritório assinar a defesa de WW no STJ
Nas páginas 13 e 14, o ministro Francisco Falcão fala da conexão com o Rio
Marcos Joaquim é o advogado de todos os réus no processo em que o estado procura ressarcir o prejuízo
O Jornal de Brasília colocou, na coluna social, Marcos Joaquim como anfitrião do Camarote da Refit. Na foto, o vice, Claudio Castro, o ex-deputado federal André Moura, então chefe da Casa Civil do governo Witzel