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Coluna Magnavita: Guilhotina como prêmio

Nesta quarta-feira, o Palácio Guanabara foi palco de um paradoxo que só mais antigos na politica estão acostumados. No início da noite, saiu uma edição extra do Diário Oficial trazendo a demissão de Cássio Rodrigues, assessor especial do governador, e que foi chefe de gabinete de José Luís Zamith e de André Moura.

Ele colocou o cargo à disposição na segunda e a sua exoneração foi aceita na quarta. Advogado, Cassio é quem estava ajudando na defesa do Wilson Witzel na Alerj e foi o responsável pela vinda de Manoel Peixinho. A ironia é que foi do exonerado a ideia que emplacou, a de suspender o prazo de defesa até a juntada dos autos do processo que estão no STJ.

Limbo juridico?

Degolado e sem tempo de comemorar, Cassio Rodrigues foi o autor da proposta de incluir o pedido de suspensão de prazo até a juntada de todos os documentos requisitados. Ela deu certo e o processo entra em uma espécie de limbo jurídico.

O STJ já informou que o processo está em segredo de justiça e provavelmente só seja enviado após a conclusão. Cabe agora a Alerj trabalhar para o compartilhamento, ou depois, se informando da impossibilidade da remessa, informar aos advogados do governador que não haverá como atender a juntada e mandar prosseguir.

Quem foi a Salomé?

Cassio Rodrigues foi apontado como o operador de Lucas Tristão no governo e que continuaria preparando dossiês contra os deputados. Ao entregar a sua cabeça em uma bandeja de prata, exatamente no Dia de São João Batista, como biblicamente foi feito pela filha de Herodes, Salomé, o governador Witzel indiretamente confirma a existência dos dossiês.

A faxina de todas as pessoas ligadas ao ex-secretário Lucas Tristão é pilotada pelo seu sucessor na pasta do Desenvolvimento, Marcelo Lima, ex-PGE e seu velho desafeto. Ele tem solicitado currículos e indicações para preenchimento de vagas que serão abertas.

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