Coluna Magnavita: Turismo se sente órfão com a saída de secretário em plena calamidade

Motivo torpe

A saída do secretário de Turismo, Otávio Leite pegou a todos de surpresa; nem o núcleo duro do seu gabinete sabia da decisão. Na própria sexta-feira, Leite passou a tarde em reunião de trabalho com a equipe antes de sair para o Guanabara.

A perda de um interlocutor com o peso de Otávio teve uma péssima repercussão no setor. Ele sai em plena pandemia, com o turismo atravessando a sua pior crise e com todo o setor precisando de uma liderança forte para a sua retomada. O motivo alegado, se dedicar a formação acadêmica, não deveria ter sido cogitado com o quadro de calamidade que a atividade vive.

Setor acéfalo

“Com os principais hotéis fechados, com o Galeão colapsado, restaurantes falindo, com os municípios turísticos do interior paralisados, com o réveillon e Carnaval ameaçados. Acredito que Otavio Leite perdeu a histórica oportunidade de ser o líder da retomada” afirmou um dos mais importantes dirigentes empresariais do setor.

O dirigente complementa: “estamos nos sentindo órfão, na hora que mais precisávamos do apoio do governo, perdemos um secretário no qual depositamos esperanças. Não compreendo como ele vai ter tranquilidade para estudar, quando as nossas empresas estão falindo e teremos desemprego em massa”.

Titanic

Politicamente, a saída de Otavio Leite, 1º suplente de deputado federal pela coligação do PSDB, foi um soco no estomago do governador Wilson Witzel. O colaborador estava na cota pessoal, teve carta branca para montar sua equipe e foi um dos secretários mais prestigiados de todo o primeiro escalão.

Não foi só o setor que perdeu um dirigente em um momento de calamidade. O próprio governador vive uma imensa crise política e tem exonerado colaboradores próximos. No caso de Otavio Leite, foi diferente. Foi ele que pediu para sair. No Palácio, a leitura é a de que ele ajudou a agravar o efeito Titanic.