Coluna Magnavita: A eleição da Firjan

O crepúsculo do Imperador

A Rua Santa Luzia tremeu nesta quarta, 2 de julho e não foi no prédio do Tribunal de Contas do Município-TCM. O epicentro foi a sede da Federação das Industrias do Estado do Rio-Firjan, com o presidente Eduardo Eugenio Gouveia pilotando uma reunião do Conselho pelo aplicativo Zoom.

O tema era delicado: mudar as regras da eleição que será realizada em agosto, com uma frente de oposição unida contra as reeleições consecutivas de Eduardo Eugenio, que somadas já passam de ¼ de século.

Mudando as regras

Os estatutos da Firjan rezam, no artigo 46, parágrafo 2º que “o Regulamento Eleitoral de que trata o caput deste artigo não poderá ser objeto de alteração no decurso dos 10 (dez) meses que antecedem o termino do mandato”, e é exatamente isso que ele quer promover, faltando um mês para o pleito.

Ele propôs trocar a votação presencial por eletrônica exatamente em um momento que a oposição se uniu contra ele, e com chances de vitória. A própria votação eletrônica para a mudança foi confusa e deu margens a especulações. Ele encerrou a votação com uma suposta “vitória” de 58 votos a 42, sem promulgar o resultado final.

Desespero

No meio da votação, vazava o áudio de Eduardo Eugenio falando com sindicalistas e implorando para entrarem no aplicativo para dar quórum e garantir votos necessários. Além da bagunça nas chamadas e votos de suplentes, a empresa escolhida foi a Eleja On Line, com problemas na eleição do Sindicato de Odontologia de São Paulo.

Na semana passada, Eduardo Eugenio já havia perdido uma votação na sua própria diretoria executiva. Foram 11 votos pelo sistema presencial, 7 pelo híbrido e apenas 3 votos pelo sistema eletrônico, que quer impor.