Coluna Magnavita: Os bastidores de um momento delicado do Governo WW

Ontem, a coluna colocou luz sobre a atuação do advogado Antonio Vanderler de Lima junto ao Gabinete do Governador. A nota foi o suficiente para chamar a atenção sobre este personagem e a sua importância.

Ele era um integrante da roda do charuto e vinho das quintas-feiras, sempre com a presença de magistrados e alguns colaboradores. Todos percebiam os laços de intimidade.

Em alguns momentos, esta amizade de Antonio Vanderler de Lima com o governador migrou para a esfera administrativa. Pessoas muitíssimas próximas ao gabinete atribuem ao advogado o texto subscrito pelo próprio chefe do executivo, reabilitando a Organização Social (OS) Unir Saúde.

Mediante a recusa de outros colaboradores de subscrever o documento, o próprio governador aceitou bancar o recurso hierárquico, apesar dos alertas sobre os problemas que poderiam gerar. Praticamente, revela a fonte, foi uma operação de “Control C” e “Control V”, copiar-colar.

A reabilitação da Unir Saúde é um dos pontos mais delicados das acusações que pairam sobre o governador Witzel, por ser o único ato que tem a sua assinatura direta.

Como o Palácio Guanabara é um queijo suíço e as paredes têm ouvidos, reza a lenda que Vanderler foi chamado com urgência quando a bomba da Unir estourou.

O advogado foi colocado na parede e foi fuzilado: “Você é quem inventou isso... agora resolva.”

A resposta foi altiva e um choque de realidade: “Lembra aquele pedido da esposa do Ministro? Você ignorou e agora veio o troco”, devolveu o advogado, conhecido no palácio por ter grandes amigos no Judiciário local e em Brasília, muitos seus contemporâneos de estudo.

A assinatura do governador do Rio na reabilitação da OS foi um dos motivos da operação realizada Polícia Federal e autorizada pelo ministro Benedito Gonçalves. Alguns tentam questionar a decisão, ligando o magistrado à deleção de Leo Pinheiro, da OAS, e que foi amplamente denunciada na mídia.