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Coluna Magnavita: A novela das delações, que tira o sono de muita gente

Edmar Santos e Gabriell Neves não fizeram delação. Quem tem dado informações é Gustavo Borges da Silva

O noticiário sobre as delações perderam força e a mais comentada e detalhada pelas pitonisas do colunismo político, a do tenente-coronel PM Edmar Santos, ganhou diversos capítulos, alguns deles com efeitos colaterais.

A primeira teria sido a coleta de informações (munição) nas visitas que realizou a vários personagens ligados ao esquema de saúde.

Ele tentou contratar, dias antes da sua prisão, um grande advogado. Após análise detalhada, a questão exigia um criminalista. A reunião foi marcada e Edmar declinou. Alegou não ter os R$ 200 mil para pagar os honorários, valor já com um enorme desconto.

Na reunião, o diagnóstico foi proferido: “Você vai ser preso!”. A partir daí, a postura de reclusão e coleta de provas começou a ser feita. O comando da PM foi alertado e a remoção para o batalhão prisional de Niterói foi deixado de sobreaviso.

Ao ser preso, o arsenal de provas já estava armazenado. Porém, as tentativas de deleção não estão confirmadas e os vazamentos da sua existência limitou-se há algumas colunas e alguns noticiários gerais, creditando a essas mesmas fontes o rumor.

Os efeitos colaterais são os que merecem atenção. Gabriell Neves, apesar da enorme pressão psicológica e depressão, não liberou a sua defesa para negociar a delação, isto é, até chegar os rumores dos movimentos de Edmar.

Como não houve valores e nem provas de que Gabriell recebeu enriquecimento ilícito, a estratégia da sua defesa é focar na improbidade administrativa. Neste cenário, ele estaria liberado em 90 dias.

A tese é reforçada pela ação do Ministério Público-RJ que, em 6 de maio, ajuizou uma ação civil pública por improbidade administrativa contra Gabriell Neves, e também contra a assessora-chefe Maria Ozana Gomes e a assessora Márcia Rosane Serpa Barreto Cordeiro.

Quem tem dado muita informação aos investigadores é Gustavo Borges da Silva, já tendo apontado as ordens e contra ordens do pastor da Assembleia de Deus, Everaldo Pereira, presidente do PSC.

Gustavo é o elo fraco desta corrente e está abrindo a caixa de Pandora. Criou-se um efeito dominó ... Gustavo ... Gabriell e Edmar ...

O grande mistério é descobrir de quem são os R$ 8,5 milhões depositados pelo MP-RJ em conta judicial do Banco do Brasil. Pelo noticiário, este valor ficou empastelado com o Edmar. Porém, a fonte seria outra.

Voltando ao tenente-coronel PM Edmar Santos, ele é servidor público em dose dupla: da Polícia Militar e da UERJ, como professor . No caso de deleção, as duas aposentadorias não estão protegidas. Sendo exonerado, não há instrumento de leniência que garanta as duas.

A novela da deleção continua, mas passou a ser irrelevante para o impeachment. A teoria do domínio do fato é que está adiando a lâmina da guilhotina.

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