Ricarlos Almagro abandonou a toga em 15 de outubro, e quinze dias depois já estava como funcionário do partido
Por Cláudio Magnavita*
O esquema do PSC, dos pastores da Assembleia de Deus, Everaldo Pereira e Édson Torres, de abduzir juízes não se limitou a Wilson Witzel. Em outubro de 2019 o juiz Federal Ricarlos Almagro, também atuando no Espírito Santo, renunciou a uma das carreiras mais bem remuneradas do serviço público e pulou para o colo da gangue de transviarias de legenda partidária, como classifica a denúncia da PGR.
Almagro fez um voo sem riscos. O Correio da Manhã investigou e descobriu que no dia 01 de novembro, foi contratado pelo PSC com o salário de R$ 21.500,00, o mesmo valor que o partido pagou a Wilson Witzel e até hoje paga a Helena Witzel. A origem do recurso é a verba pública do fundo partidário.
Já contratado pelo partido, Almagro abriu o seu escritório de advocacia no Rio e passou a frequentar com mais frequência o Palácio Guanabara.
A prospecção de cliente incluía empresas com passivos a receber no Governo e fornecedores do Corpo de Bombeiros. Ele faz parte de uma teia de escritórios de advocacia ligados ao Governador e ao ex-secretário Lucas Tristão.
Ricarlos Almagro foi demitido do PSC no último dia 1º de setembro, após a prisão de Everaldo Pereira e do afastamento do Governador Wilson Witzel.
A Polícia Federal encontrou os registros de entradas do ex-juiz e então funcionário do PSC no Palácio Laranjeiras.
No caso de Witzel, ele recebeu em cash, segundo o depoimento de Édson Torres, R$ 980.0000,00 para deixar a magistratura. No caso de Almagro, nenhum depoimento revelou ainda se a mesma regra foi aplicada.
Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã*