Coluna Magnavita: O fator Fachin é a delação de Everaldo e Tristão

Por Cláudio Magnavita*

Todos apostavam que o processo do HC de Wilson Witzel iria para o ministro Gilmar Mendes. Acabou indo para o ministro Edson Fachin que já havia rejeitado um pedido de liberdade feito por Laércio e Filipe Pereira, filhos do presidente do PSC, Everaldo Pereira. A decisão foi tomada em 02 de setembro. Mas como venceu o prazo da prisão temporária (cinco dias), e a Procuradoria-Geral da República não pediu prorrogação, os dois foram soltos.

Foi exatamente por isso que a ministra Rosa Weber, vice presidente do STF (o presidente Luiz Fux se declarou impedido), lhe enviou o pedido de HC do governador Wilson Witzel, negado no dia 28 de setembro.

Como Fachin passou a ser o ministro preventivo de todos os casos relacionados a este assunto, fica aberto uma avenida para as novas delações, principalmente do Pastor Everaldo Pereira e Lucas Tristão. O histórico demonstra um ambiente muito mais favorável do que o gabinete de Gilmar Mendes.

Édson Torres e Everaldo Pereira são sócios em vários negócios, quase irmão siameses e sempre agiriam juntos. A iniciativa de fazer as denúncias nunca teria ocorrido sem uma combinação prévia entre os dois.

Pereira será o primeiro candidato a Presidência da República (ele foi candidato em 2014) a fazer uma delação premiada, que deverá incluir também os negócios realizados na disputa presidencial.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã