Coluna Magnavita: Os comparsas Everaldo e Torres

Por: Cláudio Magnavita*

Recebemos pelo WhatsApp o artigo, publicado na edição de domingo (1/11) no jornal O Globo, assinado pelo governador afastado Wilson Witzel. Como a mensagem foi enviada pelo próprio autor, consideramos válido fazer algumas observações.

O autor afirma “Quem diria, no entanto, que um respeitado médico, escolhido tecnicamente, teria como comparsa o empresário Edson Torres?”

 Ao atestar a cumplicidade de Edmar e Torres, o governador afastado omite um nome relevante: Everaldo Dias Pereira, vulgo “Pastor Everaldo”. Não existe Edson Torres sem o “pastor Everaldo”. Os dois são irmãos siameses, sócios, parceiros e cúmplices.

Os vínculos de Wilson José Witzel com Everaldo Dias Pereira são incontroversos. Ele foi empregado do pastor com salário de R$ 21.500,00, com carteira assinada até 15 dias antes da posse. O emprego, com salário de igual valor, foi repassado para Helena Witzel, vínculo que se mantém até hoje.

Hoje, Everaldo é ainda responsável por 60% da renda do casal.

Entre as denúncias feitas por Torres está o repasse conjunto realizado por ele, junto com Everaldo de R$ 150.000,00 entregues ao Witzel quando era ainda era juiz. “Eu entreguei o pacote com o dinheiro ao Everaldo, que entregou, em ato contínuo, ao juiz” afirma Torres na sua denúncia.

Além de mentor político de WW, Everaldo indicou ao Governo nomes de empresas para serem fornecedoras do estado.

A tese que dá título ao artigo “O cerceamento à defesa ameaça a democracia” é uma tentativa de dar um foco de “atacado” para esconder um “varejo” repleto de digitais.

Witzel tinha como fiel escudeiro o filho do Everaldo, que ficava na sala ao lado. Faziam planos de oxigenar financeiramente uma campanha presidencial.

Ao entregar a Saúde aos cúmplices Everaldo, Torres, Edmar e Gabriell, filmados entrando semanalmente em uma sala do Centro do Rio para a partilha, Witzel era a fonte de poder desses malfeitores. Seu patrão e de sua esposa é o Everaldo. Não existe Edson Torres sem o seu comparsa-mor.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã