Para compreender a forte relação da atual diretoria da Fecomércio Rio e, especialmente, do seu presidente Antônio Florêncio Queiroz com o ex-presidente e delator Orlando Diniz, é só mergulhar na gênese da eleição dos atuais dirigentes.
Este vício de origem é que permite compreender a resistência da Federação em fazer um “mea culpa” público contra os malfeitos do ex-presidente e arquiteto do quadro de atuais dirigentes.
Enfrentando problemas, Orlando Diniz costurou uma chapa para concorrer à reeleição. Negociou cargos, fez composições e, com a chapa já registrada, foi surpreendido com a sua prisão.
Na cadeia, Orlando trabalhou para que o processo que construiu não desmoronasse e a oposição (existe uma forte) não assumisse o comando da entidade, nem aumentasse a sua tragédia.
Ele realizou uma mudança sutil. Renunciou à cabeça de chapa em favor do seu vice-presidente e quase sósia, Antonio Queiroz, e assegurou que uma nova chapa fosse formada, garantindo a engenhosa continuidade que construiu.
O novo presidente não deu apenas continuidade ao processo eleitoral, como também manteve os nomes ligados a Diniz. Quando ele foi preso, a mesma operação encarcerou também dois executivos da Fecomércio.
Um deles recebeu uma indenização de R$ 300 mil e foi para casa. Já Marcelo Novaes, preso junto com Diniz na operação Operação Calicute, continua como principal assessor de Queiroz.
Com este entrelaçamento histórico fica realmente difícil vir a público repudiar o que foi feito na entidade e no seu sistema S acoplado. Afinal é a chapa montada milimetricamente por Orlando Diniz, que foi eleita, após ele passar a batuta de maestro para Queiroz e garantir a permanência da engenharia que construiu.