Coluna Magnavita: Precisamos chorar nossos heróis

Por Claudio Magnavita*

Está na hora de um sonoro basta à indiferença da sociedade brasileira aos policias militares, civis e penais abatidos em missão. Os vídeos do cabo PM Derinaldo Cardoso dos Santos, que completaria 10 anos na corporação, sorrindo e abraçando os seus filhos, que circularam nas redes sociais, seguidos da sua execução sumária por bandidos em Mesquita, retratam a imagem dessas vidas ceifadas gratuitamente de forma torpe e injustificada.

A cena em que o garotinho corre para os braços do pai, que chega fardado em casa, é um soco no estômago de quem vive indiferente com a execução dos nossos policiais em defesa da nossa sociedade.

A mídia e a nossa dramaturgia valorizam e glorificam o banditismo. É uma deformação da moral brasileira que, no imaginário coletivo, se coloca contra a polícia e os guardiões da lei e ordem.

A sociedade está doente. Devemos ter uma postura diferente perante os nossos heróis, chefes de famílias, as suas vidas ceifadas em nossa defesa.

A ideia da construção na Barra, no terreno continuo à Cidade das Artes, de um panteão dos nossos policiais militares mortos em combate precisa ser retomada. A proposta foi apresentada em um seminário de segurança realizado no Hotel Ramada Recreio, e foi aplaudida pelos presentes.

É a construção de um monumento, com uma pira permanentemente acesa, que homenageia aqueles, que, como o Cabo Derinaldo, foram abatidos por uma criminalidade endeusada pela mídia e pela nossa dramaturgia.

Este é um caso no qual os assassinos deveriam enfrentar um pelotão de fuzilamento.

Hoje, os verdadeiros heróis desta guerrilha urbana vivem só na dor das suas viúvas e dos seus órfãos. Está na hora da sociedade ser solidária e demonstrar que está no lado daqueles que tombaram em nossa defesa. Está na hora de começarmos a chorar os nossos verdadeiros heróis.

*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã