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Coluna Magnavita: Rodrigo Maia e o Rio

Por Claudio Magnavita*

Com apenas 53.177 votos, em 2014, o deputado Federal Rodrigo Felinto Ibarra Epitácio Maia quase ficou como suplente em sua reeleição para a Câmara Federal. Quase perdeu a maior chance de sua vida, a de assumir a Presidência da Câmara com a renúncia do seu colega de bancada do Rio, Eduardo Cunha, em julho de 2016.

Um personagem de poucos amigos, eclipsado pela luz do pai, o ex-prefeito César Maia, e da matriarca Mariangeles, Rodrigo entrou para a política como o candidato da família após o colapso do noivado de Índio da Costa com a sua irmã gêmea Danielle, que antes havia namorado outro candidato em potencial, Eduardo Paes. Em Brasília, a equação vintage que tirou os pijamas de Michel Temer, Eliseu Padilha e Wellington Moreira Franco, acabou lhe trazendo benefícios. O padrasto da esposa de Rodrigo, Moreira Franco, trabalhou para que o genro postiço assumisse a Presidência da Câmara. Deu certo e aglutinou votos de oposição – e até da esquerda radical. Foi um período de política feito no topo da pirâmide, sem a partipação das bases.

Em 2018, já como presidente da Casa e predisposto a voltar à Presidência, o filho de Mariangeles aumenta sua votação e é reeleito com 74.232 votos. Como presidente da Câmara, ele deixa de ser o filho de César, que assume o papel de pai do Rodrigo.

Ao ter agora sua reeleição barrada pelo STF, Maia voltará em março a ser apenas um dos 46 deputados federais do Rio. Que futuro o aguarda? Ele já se apequenou ao indicar a irmã namoradeira para a presidência da Riotur. Trabalha para eleger um sucessor distante de Bolsonaro, em nome da independência do parlamento. A pergunta que não quer calar é: o que ele fez pelo Rio como presidente semivitalício da Câmara? A sensação é que sua agenda pessoal foi priorizada e esteve acima da fluminense.

O DEM elegeu Eduardo Paes, porém a participação de Rodrigo foi pífia. A partir de março será Maia que dependerá de Paes, até para reeleição. Nesta ruptura, a estrela da legenda será o novo prefeito e Rodrigo volta ao papel secundário que sempre teve.

*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

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