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E se Witzel reassumir o Governo?

E SE WILSON WITZEL VOLTAR AO GOVERNO?

por Cláudio Magnavita* 

Nos dias que antecederam a final Brasil e Uruguai na Copa do Mundo de 1950, a sensação de vitória levou os craques da seleção a comemorarem antecipadamente a conquista da Copa. Ninguém duvidava que o vizinho seria derrotado no Maracanã.


Festas envolveram os jogadores brasileiros, inclusive na véspera da partida. Da onda de “já ganhou” o Maracanã foi levado ao silêncio sepulcral com o gol da vitória de Ghiggia.
Algo parecido está ocorrendo agora na política fluminense. Todos dão como certo o impeachment do governador afastado Wilson Witzel. Ele já é carta fora do baralho para muitos.
A realidade pode ser bem diferente ao vencerem os 180 dias do STJ e depois do prazo do processo de afastamento, de até 180 dias também.
Uma pergunta tem arrepiado a muitos: e se Witzel voltar?


É legítimo o questionamento. Eleito democraticamente, ele responde a um processo do Superior Tribunal de Justiça e a processo de afastamento iniciado pela Alerj, hoje nas mãos do Tribunal Misto, no TJ.


No STF, a defesa de Witzel conseguiu algumas vitórias e agora questiona a supressão de trechos da deleção premiada de Edmar Santos.


Há também o questionamento aos dois depoimentos espontâneos de Edson Torres, um na cadeia e outro já em liberdade.


E se Witzel retornar? Ele terá condições de governabilidade? Como será a relação do Rio com o Governo Federal? E a Alerj, como será a relação do governador com o legislativo?
Outra indagação é sobre a composição do Governador, após a faxina realizada pelo Governo Castro.


No domingo, a reportagem do Fantástico, da Rede Globo, foi uma pá de cal na imagem do governador afastado.

No Tribunal Misto, até o depoimento de Edson Torres, havia elementos de dúvidas de alguns integrantes e até de um deputado. O quadro de duvidas evaporou em clima de empate.
O quadro pró-Witzel passa pelo STF, e a corte não tem mensurado as consequências das suas decisões. O retorno do governador é possível, e esta onda de “já ganhou” pode ter um efeito similar ao da final da Copa de 1950. É bom a turma colocar as barbas de molho e cruzar os dedos para que não haja vícios no processo.

 

* Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

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