Coluna Magnavita: Grupo Globo estaria sendo vendido pelo Pactual para J&F

Pactual estaria negociando a Globo com a J&F

Atualizada novamente às 22:30h

Segundo fontes do mercado financeiro de São Paulo, o Pactual, depois ter se debruçado sobre a venda da Editora Abril, a maior empresa de comunicação especializada em revistas, está, agora, através de André Esteves, coordenando um negócio muito maior: a venda das Organizações Globo.
O Pactual tem o agreement para acessar todos os números da empresa e as negociações andam a passos largos.

Como comprador surge o grupo J&F, com o próprio patriarca, José Batista Sobrinho, cuidando pessoalmente do negócio. Na mesa, o valor é de R$ 25 bilhões.

O negócio envolve todo o grupo, incluindo televisão, impressos e plataforma de streaming.

Segundo as mesmas fontes, um dos entraves que pode atrasar o negócio é o desejo de preservar a soberania jornalística até o processo eleitoral de 2022.

Slim pode ser sócio

O empresário mexicano Carlos Slim também se mantém interessado na compra da Globo. No governo de Michel Temer o assunto esteve bastante adiantado. Os entraves legais que não permitem a um estrangeiro ter o controle de rádio e televisões no Brasil não foram resolvidos.

As concessões da Globo envolvem as emissoras geradoras do Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Recife, que só podem ser transferidas para brasileiros.

Slim, que já possui a Embratel, Net e Claro celular no Brasil, pode se associar em alguns segmentos do negócio com a própria J&F. Já há estudos nesse sentido, especialmente na Globoplay.

Blindagem

Com um faturamento anual de R$ 200 bilhões (o negócio da Globo envolve apenas 10% do valor), a J&F passou a ser dirigida pelo próprio patriarca depois dos escândalos que envolveram os seus dois filhos.

Ser dono da maior empresa de comunicação do país é um desdobramento natural para a reconstrução da imagem. O grupo hoje tem 80% do seu faturamento em negócios no exterior.

Acionistas do Grupo Globo afirmam que nunca houve qualquer intenção de venda

Faz parte da política editorial do Correio da Manhã o espaço para o contraditório.

Recebemos da Diretoria de Relacionamento e Comunicação do Grupo Globo a solicitação para publicação da seguinte nota de esclarecimento, que publicaremos na íntegra, seguindo as nossas normas editoriais:

“São absolutamente falsas as ilações publicadas hoje pelo jornal Correio da Manhã. Não há nem nunca houve qualquer intenção de venda do Grupo Globo por parte de seus acionistas.”

Sobre a notícia acima  a assessoria de comunicação do banco enviou a seguinte mensagem: “O BTG Pactual nega que esteja intermediando a compra do Grupo Globo pela J&F.”

J&F também nega 

A J&F, através da sua Assessoria de Imprensa, também nega estar negociando a compra do Grupo Globo.

Nota da Redação 

O Correio da Manhã reafirma que, de acordo com a apuração realizada e pelas informações validadas com diferentes fontes, existe uma negociação para aquisição do grupo, conforme publicado na edição do dia 13 de março.

As primeiras notícias publicadas foram referente ao interesse do empresário mexicano Carlos Slim, difundidas em vários veículos - e nunca desmentidas. Assunto esse que abordamos na edição do dia 12. O interesse da J&F pelo grupo Globo, o foco da nossa apuração e da nota do dia 13, foi confirmada pelo Correio da Manhã com diferentes fontes.

O Grupo Globo já colocou a venda a Gravadora Som Livre em 2020 e iniciou várias parcerias de conteúdo com parceiros externos, como as duas séries que realiza com a Sony.

A J&F é o maior grupo privado brasileiro, com faturamento anual superior a R$ 200 bilhões, com 80% oriundo do exterior. A negociações para a proposta de aquisição do grupo Globo estão sendo conduzidas pelo próprio patriarca do grupo, o Sr. José Batista Sobrinho. O Banco BTG Pactual, que já possui o controle da Exame e realizou a aquisição da Editora Abril, já teria demonstrado interesse no jornal Valor Econômico, incluído na mesma proposta de aquisição.