Gaia (ou Atrium) em recuperação fiscal
“Mário Peixoto quebrou...” A notícia tem corrido os meios jurídicos do Rio, depois que a Gaia Service Tech Tecnologia ingressou na 6ª Vara Empresarial com pedido de recuperação judicial. A juíza titular Maria Cristina de Brito Lima concedeu liminar suspendendo por 180 dias todos os processos contra a empresa, que alega ter R$ 120 milhões para receber somente de órgãos públicos.
Sincronizada mudança de donos
Pivô dos escândalos que resultaram no impeachment de Witzel e com uma ligação estreita com Lucas Tristão, Peixoto já havia passado a Gaia para seu filho Vinicius Ferreira Peixoto, que, por sua vez, repassou a sociedade para o desconhecido Matheus Ramos Mendes exatamente no período em que se sabia das investigações e da possibilidade de prisão.
Abrindo a caixa preta
O efeito bombástico do processo é que foram juntados não só a lista de recebíveis como os atos constitutivos, um verdadeiro strip-tease da vida empresarial de Peixoto. Fica comprovado o quanto o empresário se enraizou no estado na Era Witzel, com contratos em dezenas de órgãos.
Punida antes da recuperação
O tratamento a pão e água reservado à Gaia após a saída de Wilson Witzel pode ser constatado no despacho da Secretaria de Estado da Polícia Militar, publicado no DO de 8 de julho passado, mas assinado em 30 de junho de 2021, ou seja, antes do pedido de recuperação judicial, que proíbe a empresa de prestar de serviços e a descredencia do Cadastro de Fornecedores do Governo.
Os R$ 120.831.577,39 a receber
O maior devedor de Peixoto é a Fundação Municipal de Saude de Duque de Caxias, que tem R$ 44 milhões em contratos em aberto. O segundo é a Faetec, com R$ 34 milhões. Em seguida vem São João da Barra, com R$ 7 milhões (Fundo de Saúde) e R$ 11 milhões (Prefeitura). Na lista estão as secretarias estaduais de Educação e Saude, Detran, Cehab, Cedae, PM, FIA, Prefeitura do Rio, Marinha, Defensoria Pública, Maricá, Itaguaí e até o Procon-RJ.
Lista de créditos a receber:
