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Paródia reflexiva na Alemanha nazista

Por Pedro Sobreiro

Já está nos cinemas um dos filmes mais inesperados e surpreendentes dos últimos anos: “Jojo Rabbit”.

Ambientado na Alemanha em meio ao período da Segunda Guerra Mundial, o filme acompanha a vida do jovem Jojo (Roman Griffin Davis), um menino alemão de 10 anos, cujo sonho é se tornar um membro de alta patente do partido nazista. Porém, diferentemente dos outros meninos, Jojo tem um amigo imaginário bem peculiar: o próprio Adolf Hitler (Taika Waititi).

Junto ao Führer de mentirinha e seu amigo Yorki (Archie Yates), Jojo entra para a Juventude Hitlerista, mostrado como um tipo de cursinho para se tornar nazista, mas tudo dá errado e ele acaba sendo mandado de volta para casa, onde descobre um segredo que mudará sua vida para sempre.

O filme é uma obra-prima do cinema de paródias, como há muito tempo não se via. A interpretação do diretor Taika Waititi da história é fantástica e consegue subverter um tema delicadíssimo, que é a Alemanha nazista e sua relação com o judaísmo e seus rivais ideológicos, para entregar um longa com humor de primeira e toques de drama bem dosados.

Embalado por versões em alemão de grandes clássicos da música, como Beatles e David Bowie, o filme não abre mão do humor característico de Taika Waititi, mas é justamente nas partes dramáticas que ele consegue se sobressair e abordar temas como morte, luto, autodescoberta, amizade, bullying e amadurecimento. Há cenas que são capazes de arrancar lágrimas até dos mais carrancudos. E elas são inseridas de forma orgânica, sem parecer forçado em momento algum.

O elenco é primoroso. A dupla principal, vivida pelos fofíssimos Roman Griffin Davis e Archie Yates, tem uma química fantástica, sendo impossível não abrir um sorriso quando eles interagem em tela, mesmo falando coisas grotescas.

Outro destaque do filme é Sam Rockwell. Ele interpreta um soldado alemão que sofreu um acidente e foi rebaixado. Sua interpretação é simples, porém brilhante ao mostrar que alguns alemães só se juntaram ao exército porque foram obrigados. Scarlett Johansson é bem sutil, mas também impecável.

É bem provável que ‘Jojo Rabbit’ não vá muito bem no Oscar, mas definitivamente faz valer o preço do ingresso.

Nota: 9.

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