Ação, humor, zumbis e só

Por João Victor Ferreira

Rubem Fischer volta dez anos após “Zumbilândia” para continuar a história da saga mais thrash do universo de zumbis. “Zumbilândia - Atire Duas Vezes” conta com os mesmos elementos que tornaram o antecessor um sucesso e a pergunta que fica é: isso ainda funciona?

Na trama, Columbus ( Jesse Eisenberg), Tallahassee (Woody Harrelson), Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin) seguem procurando um lugar para viver. Quando Little Rock se separa dos seus amigos, o grupo é obrigado a novamente sair do seu conforto e buscar sua integrante.

De primeira, a narrativa é bem episódica. Levando em consideração o tempo que passou desde a formação do grupo, não há uma grande história a ser contada. A trama foca nos personagens para ter sucesso. Isso pode ser interpretado como uma preguiça do roteiro, a ponto de não ter nada de interessante a dizer nesses dez anos de intervalo. Na verdade, o filme não se preocupa muito com narrativas megalomaníacas e aposta mais uma vez naquilo que sabe que tem de melhor: a dinâmica entre os personagens.

O tom do original se repete aqui: o filme tem muita autoconsciência do que é, e isso é bom para o humor escrachado a que se propõe. Da mesma forma, as piadas são bem feitas e se autorreferenciam o tempo todo, mas o excesso delas incomoda e estraga certos momentos dramáticos da trama, além de se repetirem muito.

Os poucos zumbis em tela são um problema também, já que o filme abre mão de ser um horror-cômico para ser apenas uma comédia ambientada no apocalipse.

O encontro de personagens parodiados e a quebra da quarta parede trazem um tom mais leve e interessante ao longa.

As atuações são o ponto alto do filme. Woody Harrelson ainda é o coração da história e dá a dinâmica dos outros personagens.

“Zumbilândia - Atire Duas Vezes” não é melhor do que o primeiro, mas aposta no humor incessante, no carisma dos personagens e na ação frenética. Boa diversão.

Nota: 6