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Beethoven está entre nós

Por Affonso Nunes

Em 2020, o mundo inteiro prestará reverência a Ludwig Van Beethoven (1770-1827), sem exageros um dos maiores gênios da humanidade. A maior referência do romantismo na música chega aos 250 anos de nascimento com a devida atualidade, como costuma ocorrer com os fora de série. Dois dos projetos mais relevantes de música de concerto na cidade incluirão peças do compositor alemão em seus programas ao longo do ano.

A Sala Cecília Meireles, um dos templos da música de concerto na cidade, organizou o Festival Beethoven 250 que apresentará em nove datas de maio a integral das 32 sonatas, com interpretações dos brasileiros Vera Astrachan, Eduardo Monteiro, Sérgio Monteiro, Juliana Steinbach, Aleyson Scopel, Leonardo Hisldorf e Jean Louis Steuerman.

- Ao contrário da temporada 2019, decidimos promover um mergulho na música de Beethoven através de concertos realizados em datas seguidas e próximas um das outras (de quinta a sábado a cada semana). Esta maratona de apresentações remonta as experiências da plateia nos principais festivais europeus com a audição da obra de um compositor num contexto mais amplo - destaca João Guilherme Ripper, diretor da Cecília Meireles.

E a imersão no universo beethoveniano segue em setembro com a execução de todas as sonatas para violino e piano, pelos trios Aquarius e Porto Alegre, e a interpretação dos seis últimos quartetos de cordas pelo Quarteto Carlos Gomes.

- Os últimos quartetos foram compostos numa fase em que Beethoven estava completamente surdo, vivendo um mundo à parte com sua música. 

Ainda em setembro, o Festival Beethoven 250 promoverá um encontro da obra do gênio alemão com o mais inventivo compositor brasileiro. Beethoven Visita Villa-Lobos é um exercício musical sobre o território de interseção das duas obras, com a participação dos músicos da Orquestra Petrobras Sinfônica.

A programação alusiva a Beethoven do festival fecha em outubro com os recitais do duo formado pela pianista brasileira Cristina Margotto e o cellista americano Jed Barahal, que executarão a obra completa para os dois instrumentos do compositor alemão.

Já o projeto Música no Museu abre sua temporada em celebração aos 250 anos de Beethoven no dia 15 de janeiro com uma coleção de 15 valsas para piano solo com interpretação das instrumentistas  Adriana Kel lner, Fernanda Cruz e Maria Helena de Andrade.

- São belíssimas peças, com melodias muito inspiradas, pequenos embrulhos de suas grandes obras, que também expressam suas angústias e seu mundo de contrastes, utilizando recursos pianísticos característicos de sua produção – destaca Sergio da Costa e Silva, idealizador do projeto, que chega a 22 anos de atividades ininterruptas apesar do cenário pouco inspirador para incentivos e fomentos à atividade cultural no país.

Além das Valsas, no mesmo concerto serão apresentadas duas Marchas Militares para piano a quatro mãos, obras brilhantes e de grande impacto no vasto conjunto de produção de Beethoven, que entre 1794 e 1826, nos deixou peças para música orquestral, música de câmara, obras para piano, uma ópera (“Fidélio”), músicas de cena, balés e cantatas religiosas. O Música no Museu retomará as homenagens ao compositor em abril.

 

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