Música | Encontro ao acaso que virou parceria

Com frase de Dona Canô na letra, somada à história especial vivida por Thathi com o artista, Herbert Vianna topou fazer seu primeiro feat em 10 anos e se juntou à cantora baiana nesta música que tem elementos de MPB e soft rock. A composição Não Sei Se Te Contei”, da autoria de Thathi, nasceu de conversas entre os artistas que se conheceram em uma loja de instrumentos musicais.

Descrita por Lulu Santos como “a mais perfeita tradução do pop na Bahia”, a cantora, compositora e multi-instrumentista traz uma novidade que emocionará todos que a acompanham. A história do encontro entre eles e o início dessa amizade para além dos palcos é a prova de que bons artistas sempre dão um jeito de se encontrar e desenvolver projetos juntos. “Conheci o Herbert numa loja de instrumentos musicais. Enquanto eu testava algumas guitarras, ele passou, ouviu e voltou para elogiar. Pediu uma guitarra para o vendedor e começou a fazer um som comigo. Foram algumas horas de muito papo e músicas, virou uma jam session gratuita aos presentes”, conta a artista, detalhando seu primeiro contato com o vocalista dos Paralamas do Sucesso. Ao fim do encontro, Thathi o presenteou com seu CD e ganhou o boné de Herbert.

Uma semana depois, Herbert a procurou e a convidou para um show dos Paralamas que aconteceria na Fundição Progresso, na Lapa. Herbert fez questão de buscá-la em casa e, no caminho, a conversa foi a mais enriquecedora possível. Mais um novo encontro entre fã e ídolo, que Thathi não imaginava que pudesse se repetir. Durante toda a conversa que tiveram, o músico usou por diversas vezes a expressão “não sei se te contei, mas queria que você soubesse”, com o receio de soar repetitivo ou de contar a mesma história (consequência do acidente que sofrera e que o deixou com falha na memória recente). Thathi observou a fala como um cuidado e sutileza do artista que a tocou profundamente e, assim que chegou do encontro, inspirada, começou a compor “Não Sei Se Te Contei”.

Para a baiana foi mais que compor e lançar uma nova música. Foi um presente do acaso, que nos encontra em quaisquer circunstâncias da vida e que, de um despretensioso riff de guitarra numa loja de instrumentos, pode sair uma parceria para além dos palcos e um sonho realizado. “A música é tão arrebatadora, de uma maneira mais profunda e de questionamentos. Digamos: não ao clichê pop”, completa Thathi.