Paulo Gustavo morre aos 42 anos vítima da covid-19


Foi confirmada por volta das 21h15 desta terça-feira (4) a morte do ator Paulo Gustavo, aos 42 anos. Mais cedo, um boletim médico afirmava que seu quadro era irreversível, mas que mantinha os sinais vitais. O ator e humorista estaca internado desde o dia 13 de março por complicações da Covid-19.

O criador da Dona Hermínia, de “Minha mãe é uma peça”, vinha apresentando sinais de recuperação, mas acabou voltando a apresentar piora em seu estado de saúde no último domingo (2), quando teve uma embolia gasosa que se disseminou inclusive para o sistema nervoso central. Desde então, o estado clínico dele é considerado "instável e de extrema gravidade".

"Após a constatação da embolia gasosa disseminada ocorrida no último domingo, em decorrência de fístula brônquio-venosa, o estado de saúde do paciente vem deteriorando de forma importante", dizia o mais recente boletim médico. "Apesar da irreversibilidade do quadro, o paciente ainda se encontra com sinais vitais presentes."

HISTÓRICO

O humorista estava internado desde o dia 13 de março. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa do artista dois dias depois, no dia 15. Na ocasião, o marido dele, Thales Bretas, disse que ele estava melhorando e agradeceu o carinho dos fãs. O ator é pai de dois meninos.

Pouco mais de uma semana após a internação, no dia 21 de março, o ator precisou ser intubado porque estava com dificuldade para respirar. Na época, foi divulgado que o procedimento era uma precaução e Bretas disse que era "mais um passo na cura da infecção".

"[Paulo] foi sedado e intubado para que a cura consiga se estabelecer nos seus pulmões sem cansá-lo tanto com a falta de ar que o incomodava", disse. "Estou calmo, confiante e tenho certeza de que será um passo importante para a melhora completa do nosso guerreiro!!! Ele que é jovem, saudável, sem comorbidades e supercuidadoso, está passando por isso."

O ator respondeu bem ao tratamento e teve uma evolução positiva nos dias seguintes. Porém, no dia 2 de abril, o estado de saúde dele piorou. Ele acabou precisando mudar de tratamento e passou a respirar com a ajuda de ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), uma espécie de pulmão artificial usado apenas em casos mais graves.

Dois dias depois, Paulo Gustavo precisou passar por uma pleuroscopia, para que a equipe médica pudesse verificar a condição de seus pulmões. Na ocasião, foi identificada uma fístula broncopleural, espécie de comunicação anormal entre os brônquios e a pleura. Ela foi corrigida.

Em 7 de abril, o marido de Paulo contou que o ator teve que receber uma transfusão de sangue. Segundo ele, devido ao ECMO, o paciente ficou "anticoagulado" e perdeu "um pouco de sangue". "Por isso precisou tomar algumas bolsas de sangue", explicou. Na mesma publicação, ele também incentivou as pessoas a irem doar sangue.

Porém, dias depois foi realizada uma toracoscopia, na qual uma nova fístula broncopleural foi identificada e corrigida. De acordo com comunicado da assessoria de imprensa do humorista, o procedimento foi um sucesso.

No dia 11, o boletim médico dizia que a situação clínica do ator continuava crítica. "Todos os profissionais têm se empenhado incessantemente pela sua recuperação", diz a nota publicada nas redes sociais.

Leia abaixo a íntegra do comunicado que havia sido enviado pela assessoria de imprensa do ator e humorista:

"Internado desde 13 de março, no Rio de Janeiro, com quadro de COVID-19, Paulo Gustavo permanece no Serviço de Terapia Intensiva.
A equipe médica acaba de emitir novo boletim divulgado pela assessoria de imprensa do ator:
'Após a constatação da embolia gasosa disseminada ocorrida no último domingo, em decorrência de fístula brônquio-venosa, o estado de saúde do paciente vem deteriorando de forma importante.
Apesar da irreversibilidade do quadro, o paciente ainda se encontra com sinais vitais presentes.'
A família do ator continua agradecendo todo o carinho e pedindo orações dirigidas ao Paulo Gustavo, assim como às demais pessoas acometidas por essa doença terrível."