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Venda de e-books salta 83% em 2020

 A eclosão da pandemia fez a venda de livros digitais dar um salto em 2020, como mostra a pesquisa anual feita pela consultoria Nielsen em parceria com a Câmara Brasileira do Livro e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros.

No ano passado, foram comprados 83% mais e-books do que em 2019, num aumento de 4,6 milhões para 8,4 milhões de unidades vendidas. No recorte de livros de ficção, o crescimento foi ainda maior, de 134% de um ano para o outro.

Esse crescimento em volume de exemplares vendidos é mais expressivo que o do faturamento do mercado de livros digitais, que subiu 36%. Esse número, já reajustado pela inflação, contabiliza além dos e-books as vendas de audiolivros e em plataformas como bibliotecas virtuais e serviços de assinatura.

O valor pelo qual os livros foram comercializados caiu 25% entre 2019 e 2020, resultado de fatores como políticas mais agressivas de descontos para atrair os leitores. A queda no preço ajuda a explicar por que o crescimento da receita foi menor que o do número de e-books vendidos.

De qualquer forma, é evidente que os dados mostram um aumento significativo no interesse dos brasileiros por e-books, assim como no investimento das editoras nesse formato no ano das livrarias fechadas. A quantidade de lançamentos em e-book em 2020 foi 16% maior que no ano anterior.

Os livros virtuais, contudo, ainda representam uma parcela pequena do mercado editorial. Com o salto, passaram a responder por 6% do faturamento total das editoras, contra 4% no ano anterior. Para efeito de comparação, as vendas das editoras ao mercado –incluindo livros físicos e digitais– retraíram 6% de 2019 para 2020, descontando fatores como inflação e o comércio de obras didáticas, por exemplo, que não circulam em e-book. Os exemplares físicos puxaram a queda.

Os e-books representaram 99% do faturamento dos livros digitais, enquanto o 1% restante ficou com os audiolivros –um setor que, aliás, é dominado pelas obras de não ficção.

A pesquisa também mostrou que a participação das livrarias virtuais cresceu 84% na receita das editoras, na venda de exemplares físicos, enquanto as lojas de rua e shoppings, mais afetadas pela pandemia, tiveram uma queda de 32%.

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