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‘Dois Irmãos’: uma jornada mágica sobre o crescimento

Por Pedro Sobreiro

Previsto para chegar ao Brasil em 5 de março, o mais novo filme da Disney-Pixar é uma aventura fantasiosa sobre a passagem da adolescência para a vida adulta, tendo como base as experiências de infância do diretor Dan Scanlon, que perdeu o próprio pai com apenas um ano de idade.

Ambientado em um universo alternativo em que as criaturas mágicas povoam o planeta, os irmãos Ian e Barley Lightfoot vivem como adolescentes normais – dentro do conceito de normal desse universo – que vivem seus dias com sua mãe, Laurel, e estão prestes a ter que conviver com o novo namorado dela, um centauro policial. Tudo muda, porém, quando ela entrega para os filhos um presente que o pai deixou para eles antes de morrer: um cajado mágico com um feitiço para trazê-lo de volta a vida por um dia. Só que as coisas dão errado e eles acabam trazendo apenas as pernas do pai de volta. Então, juntos, os dois irmãos saem em uma jornada fantástica para conseguirem trazer a parte de cima do pai antes que o período de 24 horas acabe.

Em seu painel na CCXP19, o diretor Dan Scanlon mostrou cenas inéditas para o público e comentou sobre as escolhas do filme, como a relação dele com os personagens e como foi a escolha de elenco.

Se a dinâmica entre os irmãos é incrível, muito disso vem da própria vida do diretor, que teve a ideia de fazer o filme após ver umas fotos de sua infância e ouvir a voz do pai, que faleceu quando ele tinha um ano de vida, pela primeira vez em um áudio, no qual ele falava “oi” e “tchau”. Era uma expectativa muito grande para algo simples, pela metade.

Sobre o elenco, Dan escalou o ator Chris Pratt, de “Guardiões da Galáxia”, para dar vida ao irmão mais velho saudosista e bobão, Barley Lightfoot. Ele contou que Chris realmente incorporou o personagem de irmãozão passou o tempo todo fazendo graça, mas sempre disposto a ajudar seu “irmão” de tela, Tom Holland. Vale lembrar que Chris Pratt já tinha bastante experiência nas animações por conta da franquia “Uma Aventura Lego”, na qual ele é o protagonista.

Falando em Tom Holland, o atual Homem Aranha dos cinemas, Dan Scanlon falou que o jovem ator britânico era a “escolha óbvia para o papel”. Ele definiu Ian Lightfoot como um adolescente atrapalhado, inseguro, mas fofo. E Tom Holland faz esse tipo como ninguém.

O visual é diferente de tudo que a Pixar fez até agora. A cidade New Mushroomton foi toda imaginada com a perspectiva de ser funcional para criaturas mágicas, sem perder a o ar de cidade grande. E o filme brinca com vários paradigmas desse universo, como os unicórnios, que são fofos na concepção humana, mas, nesse universo, são uma espécie que deixou de estar ameaçada de extinção e passaram a “ser vistos como guaxinins”, revirando lixo e comendo porcarias nas ruas.

A trama é toda baseada nas “quests” do fenômeno mundial de RPG, “Dungeons & Dragons”. Ou seja, é uma ótima pedida para os fãs do jogo. Mas também deve conquistar àqueles que não estão familiarizados com os tabuleiros.

Tudo isso com o primor das animações digitais da Pixar. O filme é a principal aposta do estúdio para a ressaca do carnaval e já surge como favorito ao Oscar de Melhor Animação em 2021.

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