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Nubank recua 9,7% em dia de ajuste após disparada na estreia

Por: Clayton Castelani

As ações do Nubank devolviam nesta segunda-feira (13) parte dos ganhos acumulados na semana passada, quando os papéis da empresa de tecnologia financeira brasileira atingiram forte alta ao estrearem na Bolsa de Nova York (Nyse) na última quinta-feira (9).

Às 16h23, as ações do Nubank recuavam 9,70%, cotadas a US$ 10,70 (R$ 60,29). A queda ocorre em um dia de baixa nos mercados americanos gerada pela expectativa de elevação dos juros no país. O índice S&P 500 cedia 0,67%, enquanto Nasdaq e Dow Jones perdiam 0,88% e 0,64%, respectivamente.

Na Bolsa de Valores brasileira, as BDRs (certificados correspondentes às ações negociadas na Nyse) do Nubank recuavam 4,78%, a R$ 10,93. Cada BDR representa uma fração de 1/6 de uma ação originalmente negociada nos Estados Unidos.

Nos dois primeiros dias de negociações em Wall Street, a valorização do Nubank alcançou 31,67%. O preço da ação saltou de US$ 9 para US$ 11,85 (de R$ 50,71 para R$ 66,77). Apesar da queda nesta segunda, os papéis da empresa ainda acumulavam ganhos de 19,78%.

Às vésperas de um eventual anúncio de maior afilamento da política de estímulos financeiros nos Estados Unidos, as ações da empresa brasileira estão sendo penalizadas por um movimento no mercado de redução da exposição em ativos menos previsíveis, segundo Thiago Lobão, presidente da Catarina Capital.

Pressionado pela maior alta de preços ao consumidor em quase 40 anos, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) poderá indicar na próxima quarta-feira (15) uma antecipação da elevação dos juros do país e a diminuição mais rápida das compras de ativos. As medidas foram iniciadas durante a pandemia para combater os efeitos da paralisação da economia.

Além do momento desfavorável aos investimentos de risco, o resultado do dia do Nubank corresponde a um ajuste natural após a forte demanda gerada pelo IPO (oferta pública inicial), segundo Lobão.

"Há uma grande quantidade de players que não entraram na oferta e, agora, querem comprar, ao mesmo tempo que vemos uma grande quantidade de pessoas que estão zerando as posições, dado o ganho já obtido", diz o analista. "Esse movimento, de grandes fundos comprando e vendendo, gera essa oscilação toda."

A variação deverá permanecer forte nos próximos dias, até que o mercado descubra o preço ideal da ação, enquanto compradores interessados em manter posições de longo prazo substituem aqueles que buscavam ganhos de curto prazo. "Haverá uma troca natural de posições", afirma.

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