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Mais de 50% dos servidores do BC paralisaram por reajuste, diz sindicato

Por: Nathalia Garcia

Em protesto por reajuste salarial, servidores do Banco Central paralisaram os trabalhos na manhã desta quarta-feira (9) durante cerca de quatro horas, das 8h às 12h. Uma nova mobilização já está sendo articulada.

Segundo o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), mais de 50% dos funcionários aderiram ao movimento -a projeção inicial era de 65%. De acordo com o presidente Fábio Faiad, o número abaixo do esperado deve-se a alguns boatos que tentaram derrubar a mobilização.

Ainda assim, o Sinal avalia a paralisação como um "sucesso", com a sinalização de uma nova reunião com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, na próxima semana, em data a ser definida. A expectativa é de que a conversa traga avanços, ainda que a entidade aponte que o gargalo das negociações não está no BC, mas no governo.

Nesta quarta-feira (9), serviços essenciais do BC não foram interrompidos, mas alguns atrasos no atendimento ao público e na prestação de informações estavam previstos. Não houve manifestação presencial em frente à sede da autoridade monetária, em Brasília.

De acordo com Faiad, "o ato é 'de advertência' e contra o segregacionismo salarial do governo federal". A reestruturação de carreira de analistas e técnicos do BC (demandas sem impacto financeiro) também está entre os objetivos.

A iniciativa faz parte da mobilização nacional do funcionalismo público por recomposição salarial depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) acenar conceder aumentos apenas às categorias policiais. A verba disponível no Orçamento para elevar a remuneração dos servidores é de R$ 1,7 bilhão.

O Sinal já articula uma nova paralisação parcial em 24 de fevereiro, vislumbrando uma adesão de, no mínimo, 70% dos servidores. Além disso, uma greve por tempo indeterminado a partir de 9 de março não está descartada, caso não haja uma resposta concreta do governo até o dia 24 de fevereiro.

Essa foi a segunda paralisação dos servidores do BC. A primeira ocorreu no dia 18 de janeiro, quando 50% dos funcionários cruzaram os braços durante duas horas, entre 10h e 12h. Na ocasião, cerca de 200 pessoas participaram de um ato em frente à sede do órgão, em Brasília, enquanto outros aderiram à mobilização de forma remota.

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