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Toyota vai fechar fábrica em São Bernardo do Campo

Por: Fernanda Brigatti

A fabricante de carros Toyota vai fechar a linha de produção de peças de São Bernardo do Campo (ABC paulista) até o fim de 2023.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira (5), a montadora diz que a operação industrial do ABC será transferida para as unidades de Sorocaba, Porto Feliz e Indaiatuba, todas cidades paulistas onde ela já atua.

A transferência, diz a Toyota, será gradual, deverá durar um ano e terá início em dezembro de 2022. A fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo foi inaugurada em 1962 e foi primeira unidade da montadora fora do Japão.

A linha de autopeças substituiu, em 2001, a produção do utilitário Bandeirante, jipe que acabou convertido em objeto de desejo e que parou de ser fabricado porque seu motor ultrapassava os limites da lei para emissão de poluentes em vigor a partir de 2002.

Segundo a Toyota, a unidade do ABC tem cerca de 550 funcionários (o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC diz que são 580) e todos terão a opção de continuar trabalhando nas demais unidades da montadora.

A produção de peças em São Bernardo do Campo atende linhas de montagem no Brasil, na Argentina e nos Estados Unidos.

A Toyota diz buscar mais eficiência com a transferência da operação industrial. "Faz parte de seu plano em busca de mais competitividade frente aos desafios do mercado brasileiro e da sustentabilidade de seus negócios no país."

O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), lamentou a decisão da montadora. Ele diz, em nota, ter sido comunicado da transferência pelo diretor de relações governamentais da empresa, Roberto Braun, também nesta terça.

A montadora de origem japonesa diz, no comunicado divulgado em seu site, que vem tomando decisões para garantir a produção de carros cada vez melhores.

"Diversas atividades vêm sendo conduzidas nessa direção, tais como a renovação do portfólio com a chegada do Corolla Cross, a introdução do terceiro turno em Sorocaba, a exportação de motores de Porto Feliz para a América do Norte e o investimento de R$ 50 milhões na operação de Indaiatuba, que produz o Corolla sedã."

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC diz ter sido pego de surpresa com o comunicado e considerou irresponsável a decisão da empresa.

A entidade de trabalhadores diz que a possibilidade de encerramento da unidade nunca foi tratada pela montadora que, segundo o sindicato, vinha assegurando que os investimentos da empresa no Brasil garantiam a permanência da fábrica por pelo menos três anos.

"O sindicato está aberto para buscar alterativas para a permanência da Toyota em São Bernardo", disse a direção da entidade, em nota.

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