Dólar sobe cerca de 1% com decisões sobre juros no Brasil e nos EUA

Por: Lucas Bombana

Em um dia em que as atenções do mercado estarão voltadas para as reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, os investidores adotam uma postura de maior cautela.
Após a queda de 2,1% na véspera, o dólar volta a se apreciar frente ao real nesta quarta-feira (4), com alta de 1,12% por volta das 11h45, negociado a R$ 5,020 para venda.

Já a Bolsa de Valores, que já vem em uma sequência de três quedas seguidas, opera novamente no campo negativo. O índice amplo Ibovespa recuava 1,36%, aos 105.080 pontos, em linha com o desempenho observado nos mercados globais.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 recuava 0,24% e o Nasdaq, onde se concentram empresas de tecnologia, cedia 1,02%. O Dow Jones tinha ganhos modestos de 0,11%. Na Europa, as Bolsas dos principais países também registram perdas, com baixa de 0,45% do FTSE-100, de Londres, e perdas de 0,65% do CAC-40, de Paris.

Por aqui, a expectativa majoritária no mercado aponta para um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic ao final do encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), para 12,75% ao ano.

Nos Estados Unidos, os agentes de mercado apostam em uma alta de 0,50 ponto percentual a ser promovida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), levando a taxa básica de juros norte-americana para 1% ao ano.

"Os juros mais altos aumentam o custo das empresas com dívidas e diminuem o valor considerado justo para as ações", diz Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos.
As dúvidas que pairam a respeito de quais serão os próximos passos das autoridades monetárias deve manter o tom de cautela no mercado, prevê Julio Hegedus Netto, economista-chefe da Mirae Asset Wealth Management.

"No caso do Banco Central brasileiro, poucos acreditam em um "freio de arrumação", com o juro mantendo o curso pelo menos até 13,5% a 14%. No mundo, uma "tempestade perfeita" se forma, com a China em lockdown por mais um surto de Covid, além da guerra da Ucrânia mantendo o mundo em suspense. Por isso, a inflação segue galopante", aponta o especialista, em relatório.

Em resposta aos conflitos no Leste Europeu, os países da União Europeia deixarão de importar petróleo e produtos refinados russos, disse a chefe da Comissão Europeia Ursula von der Leyen nesta quarta, ao propor uma sexta rodada de sanções contra Moscou pela invasão da Ucrânia.

A medida faz com que o petróleo opere em alta firme acima de 3% no mercado internacional, levanto junto papéis de empresas do setor. As ações ordinárias da Petrobras avançavam 0,88%, enquanto as preferenciais tinham ganhos de 1,39%.