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Mesmo sem iniciar negociações, Bolsonaro diz que Japão tem interesse em Mercosul

Por Gustavo Uribe (Folhapress)

A viagem do presidente Jair Bolsonaro terminou sem um início formal das negociações de um acordo comercial entre o Mercosul e o Japão.

O presidente informou, no entanto, que, em reunião bilateral nesta quarta-feira (23), o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, demonstrou interesse em aprofundar o assunto.
Segundo Bolsonaro, a ideia é que um eventual acordo seja tratado em novembro, quando está programada uma viagem de Abe ao Brasil.

"Nós demos mais um passo na questão do Mercosul. Há interesse por parte dele também [Shinzo Abe]", disse.

Apesar da grande expectativa do governo brasileiro em anunciar um início de negociações nesta semana, o governo japonês demonstrou resistência em tratar do tema neste momento.

Segundo negociadores ouvidos pela Folha, além da proposta ainda ser muito embrionária, o primeiro-ministro não quis fazer um aceno em meio à cerimônia de ascensão do novo imperador Naruhito, ocorrida na terça-feira (22).

Antes de iniciar conversas, o governo japonês também espera um sinal mais concreto de que irá ser realmente efetivado o acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia.

O Japão começou a demonstrar interesse em formar um pacto em julho. Nos últimos anos, o fluxo comercial entre os mercados brasileiro e japonês sofreu um recuo, o que tem preocupado os dois países. 

Na reunião bilateral com o primeiro-ministro, Bolsonaro também pediu apoio ao Japão para o ingresso do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

"A questão da OCDE está favorável para o Brasil entrar. É uma operação demorada, dois ou três anos. Tem o apoio de peso que temos. Tudo está caminhando", disse o presidente.

Após três dias de viagem, Bolsonaro partirá do Japão na noite desta quarta-feira (23) com destino à China. Na sequência, visitará Emirados Árabes, Qatar e Arábia Saudita.

Nos demais países, o foco será melhorar a relação comercial com as nações asiáticas e aumentar o comércio de proteína animal.

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