Com biodiesel em alta, cresce pressão por aumento do diesel nas bombas

Com o biodiesel em alta, pressão sobre os preços do diesel em um momento de crise econômica gerada pelo coronavírus eleva. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o último leilão para adquirir o biocombustível teve preço médio de R$ 3,53 por litro.

A esse valor, o litro de biodiesel nas usinas está custando quase três vezes mais. Está mais caro, inclusive, que o litro de diesel nas bombas, já com impostos e margens de lucro de postos e distribuidoras.

O preço médio do leilão desta semana representa alta de 13% em 2020. Em relação ao leilão de junho de 2019, o aumento é de 51%.

A escalada dos preços do biodiesel começou no início de 2019. No primeiro leilão daquele ano, o litro foi vendido por R$ 2,33. Em outubro, o produto ultrapassou pela primeira vez a barreira dos R$ 3 por litro.

Na época, os produtores defenderam que a alta refletia aumento na cotação internacional do óleo de soja, principal matéria prima para o biodiesel, diante da guerra comercial entre China e Estados Unidos.

Os leilões de biodiesel são registrados a cada dos meses pela ANP, para que distribuidoras garantam os volumes necessários para fazer a mistura. No leilão anterior, de abril, o volume comercializado e o preço foram mais baixos que o histórico recente, diante de receios sobre a evolução do consumo. O litro do produto foi vendido a R$ 2,713.

A alta coloca ainda mais pressão sobre o consumidor, já que ocorre em um momento ao mesmo tempo de perda de renda da população e de recuperação das cotações internacionais do petróleo, com reflexos no preço do diesel de petróleo.

Em maio, a Petrobras promoveu dois reajustes no combustível, interrompendo ciclo de cortes que durou praticamente todo o primeiro trimestre. Na semana passada, já em repasse dos aumentos, houve alta de 1,2% no preço do diesel nos postos.