Bahia pode perder R$ 5 bilhões com o fechamento da Ford

O encerramento das atividades da fábrica da Ford em Camaçari (BA) e suas possíveis consequências na cadeia produtiva que atua em torno da montadora podem gerar um baque de cerca R$ 5 bilhões na economia baiana, valor equivalente a 2% do PIB do estado.

Este é o valor estimado de movimentação financeira direta e indireta gerada pelo Complexo Ford, de acordo com estudo realizado em 2019 pela SEI, órgão de estudos econômicos e sociais ligado ao governo da Bahia.

A participação do setor automotivo na produção de riquezas na Bahia foi de 0,3% em 2019. Mas, levando em conta os seus impactos indiretos em outros setores, como comércio e serviços, a participação tende a ser maior.

O estudo da SEI mostra que o setor automotivo vinha perdendo participação no total da indústria e da economia baiana ao longo da última década. Em 2011, a participação do setor no PIB do estado era de 0,6%, percentual que caiu para 0,3% em 2019.

A participação no setor na indústria de transformação caiu em proporção semelhante. Em 2011, o setor automotivo tinha representava uma parcela de 7,5% da indústria baiana. Desde então, foi perdendo participação, ano a ano, até chegar em 2019 com em um patamar de 3,5%.

A estimativa para 2020, ano marcado pelos impactos da pandemia, é de que esta participação tenha caído para algo em torno de 1,8%.

A indústria automotiva também vinha perdendo espaço na pauta de exportações da Bahia. Em 2018, o setor representou 6,2% de todas as exportações do estado, patamar que caiu para 4,5% em 2019. No ano passado, a participação foi de 2,1%.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), criou um grupo de trabalho que vai buscar alternativas, preferencialmente de empresas automotivas para ocupar o parque industrial que será deixado pela Ford. “Precisamos nos unir e trabalhar com equilíbrio, responsabilidade e celeridade para assegurar a manutenção desses empregos e de toda esta cadeia produtiva na Bahia”, afirmou o político.