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Otimismo brasileiro no Fórum Econômico

Por Marcio Correa (Correio da Manhã), Alexa Salomão e Luciana Coelho (Folhapress)

Sediado em Davos, na Suíça, pela 50ª vez, o Fórum Econômico Mundial reuniu esta semana líderes e personalidades influentes de todo o mundo para conversas, palestras e debates sobre a economia global. No fim das contas, ficou claro, entre analistas, que o Brasil está reconquistando o respeito do mercado financeiro mundial.

O banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, por exemplo, disse que, após 33 encontros ao longo de três dias, identificou uma melhora na imagem do Brasil entre estrangeiros. - A sensação em Davos é que o Brasil voltou a estar na moda.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em Davos que o PIB brasileiro deve atingir 2,5% neste ano, valor 0,3 ponto percentual acima da estimativa do Banco Central.

Guedes teve passagem bastante movimentada pelo Fórum. Além de afirmar que “o pior inimigo do meio ambiente é a pobreza”, o ministro negociou diversos acordos econômicos. Ele se reuniu com os representantes da Associação Europeia de Livre Comércio para traçar novos acordos e falou até mesmo em estreitar laços com outras nações.

- Queremos acordo com Coreia do Sul, Japão e Canadá. Tudo gradual, para dar tempo de conseguirmos juros baixos, desregulamentação, simplificação e redução de impostos. Tudo gradual, para assegurar competitividade da indústria brasileira - disse.

Outro ponto considerado importante é conseguir que o Brasil entre no GPA (Government Procurement Agreement) da Organização Mundial do Comércio, o que poderia acarretar em um novo mercado de aproximadamente R$ 7,1 trilhões à economia nacional.

Uma reunião que também terminou com saldo positivo para o Brasil foi entre Guedes com Sajid Javid, chanceler das finanças do Reino Unido. A conversa foi sobre o grande interesse britânico em abrir negociações com o Mercosul assim que o Brexit for consolidado.

Guedes viu o interesse do Reino Unido com bons olhos e já fala em continuar firme o processo de abertura comercial do Brasil, mesmo que isso signifique um distanciamento do Mercosul. O ministro ainda afirmou que o Reino Unido tem “urgência” em fazer negócios com o Brasil:

- Os britânicos querem mergulhar em uma piscina nova - fazendo referência ao grande mercado brasileiro.

De acordo com a Folhapress, as rodadas para apresentação do Brasil realizadas pela equipe econômica durante o Fórum receberam expressiva adesão de investidores estrangeiros. O presidente do Bradesco, Octavio Lazari, nota uma retomada da confiança no país:

- O sentimento que a gente percebe dos investidores é de um pouco mais de confiança no Brasil. O que precisa é que as reformas andem rápido.

Esteves destacou, porém, que o país precisa ficar alerta ao meio ambiente, que dá tom às discussões em Davos. O governo, por sua vez, tenta passar a mensagem de que sim, está atento à questão ambiental.

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