Selic sobe para 5,25%

Diante da persistência da alta dos preços e das consecutivas revisões nas expectativas do mercado para a inflação, o Copom elevou ontem (4), a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, a 5,25% ao ano. A decisão veio em linha com as expectativas dos analistas financeiros.

Esta é a maior alta desde fevereiro de 2003, quando a taxa passou de 25,50% para 26,50%. Naquele ano, a inflação ficou em 9,30%. Era o primeiro ano do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com a decisão, o Banco Central acelera o ritmo do ciclo de aperto monetário, que vinha sendo de alta de 0,75 ponto nas reuniões anteriores.

Na reunião de junho, quando a Selic foi a 4,25% ao ano, o Copom havia sinalizado que faria uma nova elevação na taxa básica de 0,75 ponto, mas não descartou uma alta ainda maior caso as expectativas do mercado para a inflação, especialmente se ela continuasse subindo.

Em junho, a inflação aumentou em 0,53%, pressionada principalmente pelo encarecimento da energia elétrica. Esta foi a maior alta para o mês desde 2018, quando o Brasil vivia sob os efeitos da greve dos caminhoneiros. No acumulado dos 12 meses, o IPCA alcançou 8,35%, bem acima do teto da meta do Banco Central, que é de 5,25%.

Segundo o Boletim Focus desta semana, os economistas acreditam que inflação encerre 2021 em 6,79% e a taxa de juros fique em 7% ao ano.