Quem não for leal que se retire

Quem não for leal que se retire

Por Cláudio Magnavita*

O Governo Federal se divide hoje em duas correntes. A primeira, formada pelo núcleo duro, oriunda do DNA militar do presidente Jair Bolsonaro. São aqueles que pensam no Brasil e trabalham de forma prioritária para a reeleição do presidente. Nesse grupo altamente fidelizado inclui-se o ministro Paulo Guedes, com laços de fidelidade indissolúveis em relação a seu chefe. No outro grupo, os de detentores de mandatos que serão renovados em 2022, está alojada uma parte dos que pensam primeiro no próprio umbigo e depois no projeto maior do qual participam.

É só olhar a agenda de cada um. Dedicam as segundas e parte das terças-feiras a percorrer suas bases e criam agenda eleitoral pensando no retorno das urnas em 2022. Literalmente abandonam o presidente e a agenda de Brasília em boa parte da semana. Nos encontros regionais, raramente citam o nome de Jair Bolsonaro e conjugam os verbos sempre na primeira pessoa do singular. E são o próprio Governo Federal. São exatamente esses que fazem campanha interna para ejetar Paulo Guedes da cadeira. Manipulam a imprensa e incentivam, através da estrutura partidária, um ataque constante, sonhando com cofres irresponsavelmente abertos para seus projetos pessoais eleitorais. Essa farra acabaria se o presidente criasse uma reunião ministerial todas as sextas e exigisse a permanência dos titulares dos ministérios durante toda a semana, excetuando o sábado e domingo. Resolveria também exigindo que aqueles que concorressem à reeleição em 2022 deixassem o governo em 1º de janeiro e não em abril.

Fidelidade é um dos ingredientes básicos da caserna. O que o governo precisa é de lealdade de toda a equipe. E que coloquem o Brasil acima de tudo.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã